A clonagem da araucária histórica do Paraná atingida por vendaval está finalizada; mudas serão plantadas em 2024.
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A clonagem da araucária histórica do Paraná atingida por vendaval está finalizada; mudas serão plantadas em 2024.
Atualmente, as araucárias estão em situação crítica de extinção, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). O pesquisador Ivar Wendling conduziu um trabalho de clonagem das araucárias, utilizando a técnica de enxertia, que consiste na união dos tecidos de duas plantas para gerar uma nova muda preservando a genética da planta original. Até o momento, o processo de clonagem obteve sucesso, com 100 enxertias realizadas e todas apresentando brotos.
O objetivo da clonagem das araucárias é criar novos exemplares para formação de pomares, visando contribuir para a preservação e gerar renda. Os clones resultantes estarão prontos para serem plantados em cerca de cinco meses, podendo ser destinados a diversas finalidades, como propriedades rurais, municípios ou bancos de conservação. O pesquisador afirma que essa técnica garante a segurança da genética das araucárias ameaçadas.
Segundo Ivar, a técnica de enxertia potencializa a produção de pinhões, semente apreciada na culinária. A criação de pomares controlados permite um aumento na produtividade do pinhão, enquanto reduz a pressão sobre as araucárias presentes nas florestas nativas. Além disso, a enxertia possibilita a integração de outras culturas nos pomares de araucárias, tornando o processo mais sustentável e econômico para os produtores.
Nos últimos anos, a Embrapa e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná têm promovido treinamentos para capacitar produtores a realizarem a enxertia em araucárias. Essas capacitações visam ensinar a seleção de espécimes de alta qualidade, que gerem pinhões de melhor sabor e produtividade. Um exemplo de sucesso desse programa está em Bituruna, onde produtores participantes do projeto “Força das Araucárias” têm obtido resultados positivos, com árvores plantadas menores, produtivas e sustentáveis, contribuindo para a preservação da espécie e para a economia local.
A temporada de colheita de pinhão no Paraná já começou, sendo regulamentada por uma portaria do Instituto Água e Terra que estabelece regras para garantir a sustentabilidade da atividade. A importância da iniciativa é destacada, porém, um pesquisador ressalta a necessidade de explorar novas formas de utilizar as sementes para aumentar seu valor de mercado. Ele enfatiza que, além de pomares mais produtivos, é essencial criar opções de consumo diversificadas, como farinhas e chips de pinhão, para atender à demanda existente.
Neste cenário, produtores de diversas regiões do Paraná estão otimistas com a safra atual de pinhão. A coordenadora do Instituto Água e Terra explica que a definição do período de colheita leva em consideração o ponto de maturação da semente, visando a segurança alimentar e a preservação da espécie. Consumir o pinhão de forma inadequada, com alta umidade, pode acarretar sérios riscos à saúde, portanto a regulamentação é fundamental para garantir a qualidade do produto.
Alguns produtores, como Élcio Lourenço de Oliveira e Marcos Moraes, estão entusiasmados com a colheita deste ano, prevendo uma safra mais abundante em comparação com o ano anterior. A utilização do pinhão em pratos culinários também se destaca, como no caso da empresária Vera Lucia Zaleski, que criou o famoso “Entrevero de Pinhão” em sua lanchonete. A receita se tornou tão popular que atrai clientes de várias regiões, impulsionando o movimento do estabelecimento.
Além disso, a empresária compartilha a receita do entrevero de pinhão, irradiando a influência desse alimento regionalmente. O prato, que mistura pinhão, carnes e acompanhamentos, ganhou destaque em concursos gastronômicos e se tornou uma referência em Telêmaco Borba. A diversificação no uso do pinhão, não apenas como alimento tradicional, mas em preparações criativas, contribui para a valorização dessa cultura gastronômica paranaense.