A estratégia de Javier Milei: por que a aceleração da inflação é uma parte essencial do plano do novo líder argentino
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A estratégia de Javier Milei: por que a aceleração da inflação é uma parte essencial do plano do novo líder argentino
O novo presidente da Argentina, Javier Milei, tem como uma de suas principais metas reduzir a taxa de inflação, que ultrapassou 160% ao ano em novembro. No entanto, as primeiras medidas adotadas pelo governo farão com que os preços aumentem ainda mais nos próximos meses.
O ministro da Economia, Luis Caputo, reconheceu a situação ao informar as 10 primeiras medidas de urgência tomadas pelo governo para sanear a economia. Ele afirmou que nos próximos meses a situação ficará pior, especialmente em relação à inflação, mas acredita que é o caminho certo a seguir.
O presidente Milei já havia alertado que a correção dos problemas econômicos exigirá esforços e sacrifícios da população. Apesar da previsão de uma situação pior no curto prazo, ele acredita que a economia terá uma base sólida para um crescimento sustentável.
Não demorou muito para os argentinos sentirem os efeitos dessas medidas. As empresas petrolíferas e supermercados aumentaram os preços de seus produtos, e a inflação deve superar a expectativa anterior de 20% em dezembro de 2023.
O governo argentino acelerou a inflação como consequência de um déficit fiscal crônico. O ministro Luis Caputo explicou que o déficit ocorre quando os gastos do país excedem a arrecadação. Para solucionar esse problema, o governo costuma recorrer ao endividamento ou à emissão monetária, o que resulta em inflação e desvalorização da moeda.
A Argentina enfrentou o déficit fiscal em grande parte de sua história e sempre recorreu ao endividamento ou à emissão monetária para resolver as contas no vermelho. Essa abordagem resultou em altos índices de inflação e crises da dívida soberana.
Portanto, apesar das consequências imediatas, o governo acredita que suas medidas são necessárias para enfrentar o problema estrutural do déficit fiscal e criar uma base sólida para o crescimento econômico no longo prazo.
A Argentina enfrenta sérios problemas econômicos, incluindo uma dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e uma dependência do déficit fiscal. Para resolver esses problemas, o ministro da Economia, Caputo, propôs um plano de ajuste que visa reduzir os gastos públicos. No entanto, especialistas alertam que esse ajuste pode acelerar a inflação.
O plano de ajuste do ministro Caputo é considerado “ortodoxo” e inclui medidas como o aumento do valor do dólar oficial e a redução dos subsídios à energia e ao transporte. Essas medidas irão afetar diretamente o bolso dos argentinos, pois causarão um aumento nas tarifas dos serviços públicos.
De acordo com o economista Santiago Manoukian, a previsão do governo é que, após o aumento inicial, os preços comecem a baixar. No entanto, ele ressalta que isso dependerá da eficácia do programa de estabilização do governo e da manutenção da disciplina fiscal e monetária. O objetivo principal do governo é evitar a hiperinflação, que poderia levar a um aumento significativo da pobreza e da indigência no país.
Embora haja preocupações sobre um possível surto inflacionário, especialistas argumentam que isso não necessariamente levará à hiperinflação. A hiperinflação ocorre quando os agentes econômicos perdem a confiança na moeda nacional e as autoridades perdem o controle sobre a taxa de câmbio.
Em resumo, a Argentina está enfrentando desafios econômicos e o governo está implementando medidas de ajuste para tentar controlar a situação. No entanto, a aceleração da inflação e a possibilidade de hiperinflação são preocupações expressadas por especialistas.