A longeva tradição de produção de fantasias de papel para concursos de Carnaval em MG: do crepom à piscina, uma história que já dura quatro décadas
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A longeva tradição de produção de fantasias de papel para concursos de Carnaval em MG: do crepom à piscina, uma história que já dura quatro décadas
A tradição carnavalesca de Poços de Caldas, MG, começou em 1981 e se tornou um marco cultural na cidade. O Banho à Fantasia é uma das principais atrações, onde os participantes mostram sua criatividade na criação de fantasias únicas. No dia do concurso, eles se apresentam para os jurados e finalizam com um salto obrigatório na piscina.
O processo de produção das fantasias começa com antecedência, normalmente no final de outubro. No entanto, neste ano, uma família decidiu se envolver em um projeto social e começou a fazer as fantasias apenas duas semanas antes do concurso.
A família Souza Lopes é uma participante assídua no Banho à Fantasia e sempre produz suas próprias fantasias. O pai, Gilson, fica responsável pela base da fantasia, a mãe, Divina, pelo revestimento, e a filha, Maria Vitória, atua nos acabamentos. A família vê essa tradição como uma forma de união e diálogo entre eles.
O Banho à Fantasia de Poços de Caldas evoluiu ao longo dos anos, deixando de ser restrito ao bairro Country Club, onde os participantes eram influenciados uns pelos outros. Agora, o concurso se tornou uma celebração geral, envolvendo diversos bairros da cidade. A família Souza Lopes já participa há 30 anos, desde quando o concurso se abriu para toda a cidade.
Maria Vitória, filha da família Souza Lopes, participa do Banho à Fantasia desde a infância e expressa o desejo de continuar com essa tradição, aprendendo com seus pais e fazendo as fantasias quando eles não puderem mais.
As inscrições para o concurso são gratuitas e acontecem geralmente em janeiro. As fantasias podem ser confeccionadas individualmente ou em grupos, e as categorias de participação incluem infantil, adulto e em conjunto. O principal requisito é a criatividade, mas as fantasias são avaliadas rigorosamente, levando em consideração as cores e os detalhes.
Os materiais mais utilizados na confecção das fantasias são papel crepom, jornal, papel d’água, arame recozido flexível, fitas autoadesivas transparentes e grampos cobreados ou galvanizados.
A preparação para o Banho à Fantasia exige tempo, habilidade e paciência. Os participantes precisam lidar com o desafiador papel crepom e usar a cola extra adesiva para obter melhores resultados. É proibido o uso de materiais como brocal, glitter, purpurina, lantejoulas, isopor, E.V.A. e armações de ferro.
Antes de iniciar a produção da fantasia, é importante ter um plano ou tema em mente e pensar em como incorporar os materiais disponíveis. Estrutura, enfeites e finalização são pontos-chave durante o processo criativo. É recomendado fazer esboços, pesquisar referências e dar asas à imaginação.
A matéria-prima utilizada na produção da fantasia pode incluir materiais incomuns, como canudos de papelão, papel de presente e embalagens. É aconselhável reservar horas ou até mesmo dias para a confecção da fantasia, dependendo da complexidade do projeto e dos materiais escolhidos.
No Banho à Fantasia, são avaliadas e premiadas as apresentações dos competidores após o pulo na piscina. Para garantir a segurança e justiça da competição, as fantasias devem estar de acordo com as regras estabelecidas, incluindo o uso de materiais e trajes adequados.
Antes do desfile, os camarins são verificados em busca de materiais não permitidos. Caso a fantasia não esteja adequada, o concorrente poderá remover o material indevido. Cada competidor tem três minutos para se apresentar, e ultrapassar esse tempo pode resultar em perda de pontos na contagem final.
Além de troféus, os vencedores do Banho à Fantasia recebem uma premiação em dinheiro, cujo valor varia de acordo com a categoria. A avaliação das fantasias leva em consideração critérios como beleza, originalidade, confecção e evolução.
Para garantir a segurança durante o desfile, é obrigatório o uso de traje de banho completo sob a fantasia, pois após a apresentação, todos os competidores das categorias devem saltar na piscina. Embora o esforço de meses seja destruído em segundos, o processo de criação é enriquecedor e guarda memórias preciosas.
Quando a correria começa e é hora de colocar a fantasia, tudo parece se distanciar na mente. No meio da agitação, esquecemos de tudo o que passou. É assim que continuo a tradição.
Desde a infância, Maria Vitoria sempre participou do Banho à Fantasia em Poços de Caldas, MG. Seu pai é responsável pela produção das fantasias que ela desfila.
E assim, essa tradição perdura, trazendo alegria e diversão para Maria Vitoria e todos os envolvidos.
