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A transformação da Suécia em um país menos seguro


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A transformação da Suécia em um país menos seguro

Localizada a meia hora ao norte do centro de Estocolmo, a cidade de Upplands-Bro na Suécia é conhecida por seus clubes náuticos encantadores à beira do lago, vilas com casas de madeira vermelho-cobre e apartamentos cercados por belos pinheiros.

No entanto, nos últimos tempos, a cidade tem enfrentado um aumento preocupante de violência e crime. Em agosto, um rapaz de 14 anos foi encontrado morto em uma floresta local, e desde o início do ano, têm ocorrido diversos tiroteios e ataques contra casas e apartamentos, causando grande medo e insegurança aos moradores.

A Suécia já vem sofrendo há alguns anos com uma onda de tiroteios e ataques a bomba, geralmente associados a gangues criminosas.

Ultimamente, a violência tem se espalhado para áreas fora dos bairros mais vulneráveis e de baixa renda. A polícia acredita que uma das razões para isso seja o fato de que os membros das gangues estão cada vez mais mirando os familiares de seus rivais.

Investigações sugerem que parte dessa recente onda de violência é organizada por líderes criminosos que se encontram em outros países, como Turquia e Sérvia.

O número de mortes causadas por tiroteios já ultrapassou 50 apenas neste ano, além de mais de 140 explosões. No ano passado, foram registradas mais de 60 mortes em conflitos armados, a maior quantidade já registrada.

De acordo com Nils Duquet, pesquisador do Centro de Paz Flamengo, em Bruxelas, o que começou como uma luta territorial entre gangues juvenis se transformou em um ciclo vicioso de tráfico de armas e violência.

As gangues em questão também evoluíram, deixando de ser apenas grupos de criminosos de rua para se envolverem com criminosos de alto escalão.

Infelizmente, vítimas inocentes também têm sido atingidas pela violência. Em setembro, um homem de 70 anos e outro de 20 anos foram mortos em um tiroteio em um pub localizado no centro do país, enquanto um jovem professor de 24 anos morreu em uma explosão nos arredores da cidade universitária de Uppsala.

Em resposta à crescente onda de violência, o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, fez um raro discurso nacional reconhecendo a situação preocupante do país e prometendo penas mais duras para crimes violentos.

A advogada Evin Cetin, que representa vítimas de tiroteios, afirma que adolescentes de 13 ou 14 anos estão sendo recrutados pelas gangues, muitas vezes através de promessas de dinheiro e roupas de marca nas redes sociais.

O problema tem mobilizado alguns grupos e indivíduos a tentarem resolver a situação organizando patrulhas em áreas afetadas pelo tráfico de drogas e violência, na esperança de aumentar a segurança das comunidades.

Um exemplo disso é Libaane Warsame, que realiza caminhadas noturnas em Jarva, um bairro multicultural ao norte de Estocolmo que possui a maior taxa de desemprego da cidade.

É necessário que o governo sueco encontre soluções efetivas para combater a violência e garantir a segurança de seus cidadãos, especialmente dos mais vulneráveis. A união e o envolvimento da comunidade também são fundamentais para enfrentar esse problema de forma mais eficaz.

Um recente tiroteio em dezembro de 2020 colocou em evidência a propagação da violência de gangues em áreas anteriormente pacíficas na Suécia. Isso tem afetado negativamente a imagem do país e despertado preocupações entre os moradores locais.

Os jovens têm sido particularmente afetados por essa onda de violência, muitos deles desempregados e sem renda. Isso os torna mais suscetíveis a serem recrutados pelas gangues.

Além disso, algumas organizações têm surgido para apoiar famílias que perderam entes queridos para a violência armada. Essas famílias estão lidando com uma realidade cada vez mais presente em suas vidas.

Nem todos os tiroteios são fatais, mas mesmo assim, a atmosfera de insegurança continua afetando os moradores locais. Muitos estão evitando sair tarde da noite para não preocupar seus familiares.

A influência das redes sociais também tem sido um fator importante na exposição dos jovens ao crime. Vídeos compartilhados no TikTok e outras plataformas mostram conversas sobre atividades criminosas, o que pode influenciar ainda mais os jovens vulneráveis.

As estatísticas mostram que os jovens nascidos na Suécia, mas filhos de pais estrangeiros, estão sobrerrepresentados como suspeitos em casos de homicídio e roubos. Isso levanta questionamentos sobre as políticas de imigração anteriores do país e sua conexão com o aumento da violência das gangues.

O governo sueco, eleito em 2022, acredita que a falta de integração e a marginalização de imigrantes contribuíram para a situação atual. Medidas estão sendo propostas, como dificultar o acesso a benefícios sociais para imigrantes de fora da União Europeia e tornar a pré-escola obrigatória em algumas áreas para melhorar as habilidades na língua sueca.

Além disso, foram implantadas leis mais rígidas, como o crime de recrutar crianças para atividades criminosas e a duplicação das penas para crimes com armas de fogo e explosões.

Porém, críticos argumentam que o combate ao crime de gangues deveria ter sido uma prioridade em gestões anteriores e alertam para o aumento da marginalização nas áreas desfavorecidas do país.

A preocupação com a imagem internacional da Suécia também é evidente, uma vez que o país sempre foi considerado extremamente seguro. No entanto, com o aumento da violência das gangues, essa percepção está mudando e isso pode ter impactos econômicos, como empresas acreditando que será mais difícil fazer negócios no país.

De acordo com um post recente de um blog, a violência contínua tem dificultado a atração de talentos, investimentos e visitantes estrangeiros para determinada região. Um centro juvenil chamado Framtidens Hus está oferecendo oportunidades para que os adolescentes possam explorar diferentes atividades, como direção, dança e podcasts. Um dos jovens que frequentam o centro, chamado Libaan, expressou o desejo de ter um trabalho que envolvesse escrever ou ajudar outras pessoas. No entanto, ele sente que seu futuro também depende da maneira como os outros habitantes locais o tratam.

Libaan menciona que apesar de ter nascido no local, ele não se sente incluído na cultura e sente que é visto como um garoto do gueto sem perspectivas de futuro. Esses sentimentos de exclusão e julgamento têm impacto direto na forma como ele enxerga suas possibilidades de crescimento e desenvolvimento.

É preocupante pensar que a violência contínua possa afastar não apenas investidores, talentos e visitantes estrangeiros, mas também cause essa sensação de marginalização e falta de esperança entre os jovens locais. É fundamental que a comunidade encontre maneiras de proporcionar uma inclusão real, valorizando as contribuições individuais e oferecendo oportunidades de crescimento para todos os moradores.






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