Adiamento do plantio da soja nos estados devido aos impactos do El Niño.

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Adiamento do plantio da soja nos estados devido aos impactos do El Niño.
Os produtores de soja em Goiás estão enfrentando situações distintas devido às condições climáticas adversas. Enquanto alguns agricultores, como Ivan Brucelli, em Rio Verde, já estão colhendo os grãos, outros, como José Luis Bagestão, em Jataí, tiveram que replantar suas lavouras devido às altas temperaturas e falta de chuva, que impediram a germinação das sementes.
A situação também se repete em outros estados, como Mato Grosso do Sul, Pará, Tocantins e Piauí, onde o produtor Lucas Almeida tem enfrentado dificuldades para cultivar suas 4.800 hectares de soja, devido ao clima desfavorável.
Diante desses atrasos, o Ministério da Agricultura concordou em prorrogar o calendário de semeadura da soja, permitindo que os agricultores de Goiás tenham mais dez dias para realizar o plantio. Esse calendário foi estabelecido para reduzir a necessidade de aplicação de fungicidas ao longo da safra. Após a colheita, inicia-se o período de vazio sanitário, que dura pelo menos 90 dias e visa eliminar qualquer planta para garantir uma safra futura com menor incidência de pragas e doenças.
Segundo a Conab, quase 97% das lavouras de soja no país já foram plantadas, o equivalente a 45.309,0 mil hectares. No entanto, ainda há cerca de 1,45 milhão de hectares a serem semeados.
A prorrogação do calendário é de grande ajuda para os produtores, que enfrentam desafios financeiros devido aos compromissos relacionados à soja, como arrendamentos e contratos de vendas antecipadas. Nesse contexto, a prioridade desses agricultores não é obter lucro, mas sim enfrentar um ano complicado.
De acordo com o consultor de mercado, Enio Fernandes, essa extensão de prazo é muito benéfica para os produtores, pois lhes permite superar as dificuldades enfrentadas neste ano adverso.