Análise de ambientalistas sobre a COP 28: sinais fortes, mas falta de substância; falta de clareza e ambição; energia suja com o fim próximo.
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Análise de ambientalistas sobre a COP 28: sinais fortes, mas falta de substância; falta de clareza e ambição; energia suja com o fim próximo.
Pela primeira vez, os países indicaram o fim do uso de combustíveis fósseis, mas especialistas afirmam que o documento ainda está longe do ideal em relação à crise climática. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou a importância do comprometimento de países desenvolvidos e em desenvolvimento com essa responsabilidade comum. Diversos ambientalistas analisaram o resultado da conferência COP 28. Márcio Astrini, do Observatório do Clima, considerou o resultado “forte em sinais, mas fraco em substância”. Fernanda Carvalho, da WWF Internacional, elogiou a inclusão de parágrafos sobre energia, mas ressaltou a falta da eliminação dos combustíveis fósseis e a presença de tecnologias de baixo carbono questionáveis. Caroline Prolo, do Laclima, afirmou que o texto avançou em relação a COPs anteriores, abordando a biodiversidade e a implementação do Acordo de Paris. Maurício Voivodic, do WWF-Brasil, enfatizou a urgência da eliminação dos combustíveis fósseis para manter o planeta saudável. Joab Okanda, da Christian Aid, acredita que a era dos combustíveis fósseis está chegando ao fim e espera que países ricos tomem ações concretas para eliminar o carvão, petróleo e gás até o final da década. Javier Dávalos González, da AIDA, criticou a falta de clareza e ambição do documento, afirmando que a COP 28 não entendeu a urgência da transformação necessária.
A Conferência das Partes (COP) 28 chegou ao fim com alguns avanços importantes em relação à transição energética global. No entanto, uma questão crucial foi deixada de lado: a eliminação dos combustíveis fósseis.
Após intensos debates e negociações, os países participantes da COP 28 conseguiram chegar a acordos para acelerar a transição para fontes de energia renovável e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Foram estabelecidas metas ambiciosas para aumentar o uso de energias limpas e incentivar investimentos em tecnologias sustentáveis.
Entretanto, a exclusão da discussão sobre a eliminação dos combustíveis fósseis foi uma lacuna preocupante. Apesar dos esforços para promover a transição energética, ainda não foi estabelecido um compromisso claro para abandonar totalmente a dependência desses combustíveis altamente poluentes.
Os defensores do meio ambiente e da luta contra as mudanças climáticas argumentam que a eliminação dos combustíveis fósseis é fundamental para alcançar as metas climáticas estabelecidas no Acordo de Paris. A continuidade do uso de carvão, petróleo e gás natural contribui diretamente para o aumento das emissões de gases de efeito estufa e intensifica os impactos negativos do aquecimento global.
Embora alguns países tenham se comprometido individualmente a reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, a ausência de uma abordagem coletiva na COP 28 para eliminar essas fontes de energia prejudica os esforços globais para combater as mudanças climáticas.
É necessário um compromisso internacional firme e cooperativo para colocar em prática ações concretas visando a eliminação gradual dos combustíveis fósseis. Isso implica em investimento em pesquisas e desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, implementação de políticas regulatórias e incentivos econômicos para ampliar a utilização de energias limpas.
A COP 28 pode ser considerada um avanço importante no que diz respeito à transição energética, mas é fundamental que a eliminação dos combustíveis fósseis seja uma prioridade nas próximas discussões e acordos internacionais sobre mudanças climáticas. Somente assim será possível alcançar um futuro sustentável e combater os efeitos devastadores do aquecimento global.