Análise detalhada da operação policial com 26 mortos em MG: vídeos, recriações e gravações em destaque da investigação noturna
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Análise detalhada da operação policial com 26 mortos em MG: vídeos, recriações e gravações em destaque da investigação noturna
Peritos criminais da Polícia Federal conduziram a análise dos locais após uma importante operação, em um trabalho extenso de mais de dois anos de perícia e investigação. Utilizando vídeos, áudios e simulações em 3D, desmontaram a versão de confronto entre policiais e bandidos. Um relatório revelou os acontecimentos do dia 31 de outubro de 2021, detalhando as manobras de entrada da equipe tática e o desfecho trágico que resultou em 26 mortes.
A perícia concluiu que as cenas do confronto foram manipuladas, com roupas e objetos colocados no chão pelos policiais para obstruir o trabalho dos peritos. Além disso, encontraram 310 cápsulas de balas no local, sendo que apenas 20 foram disparadas pelas armas dos bandidos. Uma recriação computadorizada do confronto mostrou a posição dos policiais atirando contra os criminosos, resultando na identificação de mais de 200 trajetórias de tiros, com indícios de disparos forjados atribuídos aos bandidos pela Polícia Federal.
Após 10 dias de análises minuciosas nos locais da ação, que incluíram testes de balística, microvestígios e DNA, os peritos revelaram inconsistências nos relatos dos policiais envolvidos. Nenhum corpo foi encontrado no local, com relatos contraditórios sobre o destino dos feridos. Câmeras de segurança de um hospital e de uma UPA registraram a chegada dos policiais com os supostos feridos, levantando questionamentos sobre a veracidade dos relatos e indicando possível manipulação da situação por parte dos agentes.
O relatório destacou a presença de “lesões de defesa” em vários corpos, apontando que muitos dos mortos receberam tiros pelas costas. Os peritos conseguiram determinar com precisão a localização de 12 corpos por meio de testes detalhados. Além disso, evidências em vídeos registrados por drones mostraram os locais onde os bandidos estavam antes da operação, corroborando com a conclusão da Polícia Federal sobre possíveis irregularidades na ação policial.
De acordo com a Polícia Federal, a ação ocorrida em Varginha (MG) foi premeditada, evidenciada pela reconstrução de mais de 200 trajetórias de tiros durante a operação policial. Na ocasião, foi apreendido um amplo arsenal, incluindo metralhadora ponto 50, fuzis de grosso calibre, pistolas, explosivos e munições.
A defesa dos policiais rodoviários federais indiciados nega as conclusões do inquérito, afirmando que agiram de forma correta para proteger os interesses da sociedade. A Polícia Militar, por sua vez, acompanha o caso sem se pronunciar sobre o andamento do inquérito em sigilo.
Por outro lado, a Defensoria Pública de Minas Gerais, que defende os policiais militares envolvidos, discorda das conclusões da Polícia Federal e ressalta que as investigações ainda não foram encerradas, aguardando resultados de contraperícias. A Polícia Federal informou que o inquérito foi encaminhado à Justiça, mantendo-se em silêncio devido à continuidade das investigações.