Atrasos na posse de Arévalo na presidência da Guatemala devido a tensões no Congresso
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Atrasos na posse de Arévalo na presidência da Guatemala devido a tensões no Congresso
No último domingo, o Congresso da Guatemala falhou em cumprir a constituição do país ao não empossar o novo presidente até o prazo estipulado. O Congresso, majoritariamente de direita, não conseguiu chegar a um acordo sobre a escolha da nova mesa diretora, o que gerou descontentamento entre os apoiadores do presidente eleito, Bernardo Arévalo. Apoiadores, incluindo muitos indígenas, manifestaram-se pacificamente em frente ao Parlamento.
Arévalo é um sociólogo, ex-diplomata e filósofo de 65 anos que foi eleito presidente com 60% dos votos em uma campanha anticorrupção. Desde então, ele tem enfrentado uma série de desafios jurídicos, que ele descreve como um “golpe de Estado”, envolvendo a elite política e econômica que governou o país por décadas. O Ministério Público tentou retirar sua imunidade como presidente eleito, desmantelar seu partido progressista e anular as eleições, alegando irregularidades eleitorais.
A situação na Guatemala tem gerado preocupação internacional, com organismos como ONU, OEA, União Europeia e Estados Unidos condenando a ofensiva judicial e sancionando indivíduos envolvidos em “corrupção” e por “minar a democracia”. Em apoio a Arévalo, a cerimônia de posse contou com a presença do chefe da diplomacia europeia, delegados de Washington e do rei da Espanha, além de líderes de outros países da América Latina.
A Guatemala enfrenta desafios significativos, ocupando um lugar baixo no ranking de corrupção da Transparência Internacional e tendo uma alta taxa de pobreza, com 60% de seus 17,8 milhões de habitantes vivendo nessa condição. Além disso, a violência das gangues e o tráfico de drogas têm levado dezenas de milhares de guatemaltecos a emigrar para os Estados Unidos em busca de melhores oportunidades e segurança.
