Notícias | Batalha silenciosa: Conservadores versus progressistas na Igreja Católica, segundo o Papa Francisco

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Batalha silenciosa: Conservadores versus progressistas na Igreja Católica, segundo o Papa Francisco


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Batalha silenciosa: Conservadores versus progressistas na Igreja Católica, segundo o Papa Francisco

O papa Francisco tem mostrado uma postura mais enérgica ao lidar com oposições e críticas dentro da Igreja Católica. Ele demitiu um bispo no Texas e despejou um cardeal do seu apartamento no Vaticano, ambos considerados opositores. Além disso, tem reduzido os poderes do grupo conservador Opus Dei. O papa também autorizou bençãos para casais homossexuais, numa decisão histórica. Essas ações refletem uma postura mais firme do papa diante de divisões e críticas dentro da Igreja.

De acordo com especialistas, o papa Francisco está tomando essas medidas para enfrentar divisões e comportamentos ideológicos que podem afetar a unidade da Igreja. Um exemplo citado é o caso da celebração da missa antiga, que estava sendo usada como instrumento para criar grupos e articulações ideológicas dentro da Igreja. O papa também está reduzindo o poder do grupo Opus Dei, que antes era considerado intocável. Essas ações mostram uma postura mais firme e determinada do papa em garantir a unidade e o bom funcionamento da Igreja Católica.

O Papa Francisco vem enfrentando resistência desde o início de seu pontificado, principalmente devido às suas preocupações sociais e ambientais. Para alguns críticos, as questões morais são apenas uma fachada para esconder o desconforto com as posturas do argentino nessas áreas.

Um vaticanista destaca que o Papa Francisco foi mais rigoroso com os casos americanos de Burke e Strickland, quase proibindo um tipo específico de missa. No entanto, ele vê diferenças em relação ao grupo Opus Dei, que, embora tenha algumas hesitações e questões, não é um movimento de resistência ao Papa.

Alguns especialistas acreditam que as críticas à moralidade do Papa são uma maneira de descreditar sua autoridade moral e desviar a atenção de suas preocupações sociais e ambientais. Esses críticos, geralmente mais conservadores, não questionam a teologia de Francisco, mas a crítica social que ele faz. Isso reflete também na Igreja, especialmente em contextos polarizados como Brasil, Estados Unidos e parte da Europa.

Apesar das resistências, o Papa Francisco continua a defender sua visão, enfrentando críticas de que não está implementando a sinodalidade e que não tem um plano específico para a Igreja. No entanto, suas preocupações sociais e ambientais têm influenciado o mundo da ciência e a política internacional, tendo participação importante no Acordo de Paris de 2015.

Em suma, o descontentamento com o Papa Francisco não está relacionado diretamente à sua teologia, mas às suas visões e ações em relação a questões sociais e ambientais. Isso tem gerado resistência, principalmente de grupos conservadores, que buscam desqualificar sua autoridade moral a fim de diminuir a relevância do que ele tem a dizer.

Um tema polêmico dentro da religião é a postura do Papa Francisco perante as questões sociais e morais. Grupos conservadores têm criticado suas posições, rotulando-o de comunista e questionando sua autoridade. Esses grupos mais radicais até mesmo negam que ele seja o papa legítimo, baseando-se em teorias da conspiração sobre sua ascensão ao papado. O historiador e teólogo Gerson Leite de Moraes acredita que o pontificado de Francisco coincidiu com uma onda conservadora e reacionária que tem impacto tanto na política secular quanto na política eclesiástica.

Um dos principais pontos de discordância é a visão do Papa Francisco sobre questões sexuais e moralidade. Ele defende a inclusão e o acolhimento de homossexuais, por exemplo, o que desagrada os grupos ultraconservadores que acreditam que ele está violando a tradição da igreja. Além disso, o Papa Francisco tem se engajado em abordar questões socioeconômicas e lutar pelos oprimidos, pobres e excluídos. Essa abordagem desagrada os ultraconservadores que veem suas ações como demagogia e populismo. Essa divisão entre grupos conservadores e progressistas tem causado tensões dentro da igreja.

O teólogo Gerson Leite de Moraes acredita que os grupos ultraconservadores têm uma visão fundamentalista e se sentem incomodados com a visão progressista do Papa Francisco. Eles acreditam que ele está levando a igreja para um caminho perigoso, afastando-se dos princípios tradicionais. No entanto, Moraes acredita que o Papa Francisco deseja trazer a igreja para o século 21, abordando questões como o meio ambiente, qualidade de vida e a luta contra a exploração do capitalismo. Esses grupos conservadores se unem na tentativa de frear as mudanças propostas por Francisco, muitas vezes começando suas críticas pelas questões morais.

O biógrafo do Papa Francisco, Alejandro Rosales, ressalta que ele não era considerado um bispo progressista antes de se tornar papa. Sua postura pode ser vista como mais pragmática do que ideológica, buscando realizar transformações que estejam de acordo com a mensagem cristã, independentemente de serem vistas como de esquerda ou de direita. Dessa forma, ele busca manter um equilíbrio entre os diferentes grupos dentro da igreja, sendo criticado tanto pelos progressistas por não ser suficientemente progressista, quanto pelos conservadores por não ser suficientemente conservador.

Em resumo, a postura do Papa Francisco perante as questões sociais, morais e políticas tem gerado divergências e críticas de grupos conservadores. Sua abordagem progressista e engajada em questões socioeconômicas desagrada aos ultraconservadores, que acreditam que ele está desviando a igreja de seus princípios tradicionais. No entanto, Francisco busca implementar mudanças pragmáticas que considera compatíveis com a mensagem cristã, mantendo um equilíbrio delicado entre os diferentes grupos dentro da igreja.</p

Foi realizado em 2014 a canonização conjunta dos papas João 23 e João Paulo 2º, o que conseguiu reunir fiéis tanto dos setores progressistas quanto dos conservadores da Igreja. Isso exemplifica a tentativa do atual papa, Francisco, de conciliar ambos os lados.

Embora a oposição a Francisco seja visível e presente, não é necessariamente maior do que a enfrentada por outros papas. No entanto, hoje em dia, devido à comunicação instantânea e às redes sociais, o líder está mais exposto do que nunca, enfrentando polarização e haters.

Francisco é conhecido por sua espontaneidade e autenticidade ao se expressar, o que, combinado com sua personalidade polarizadora, pode contribuir para a percepção de uma maior oposição a ele. No entanto, cabe ressaltar que todas as organizações sociais têm diferentes segmentos e facções, e a Igreja Católica não é uma exceção.

Embora a oposição a Francisco seja divulgada mais rapidamente devido às redes sociais e à mídia, isso não significa que ela seja capaz de influenciar a escolha de um sucessor antagônico em um futuro conclave. O Papa atual tem se cercado de cardeais com uma visão progressista para garantir a continuidade de sua obra.

Francisco também tem tomado medidas para resolver atritos afastando gradualmente seus opositores de cargos importantes, como o cardeal Burke e o cardeal Müller. No entanto, essas ações são realizadas de forma cuidadosa e sem humilhação, demonstrando habilidade política por parte do Papa.

O pontificado do Papa Francisco tem enfrentado desafios internos e críticas de setores conservadores da Igreja Católica. Recentemente, um arcebispo foi afastado de seu cargo e substituído por um jesuíta espanhol.

De acordo com especialistas, essa fase atual do pontificado é vista como um momento de consolidação e ajustes. O Papa tentou dialogar e apresentar seu ponto de vista, porém, as críticas continuaram e aumentaram de tom.

Para fortalecer sua posição, Francisco tem nomeado pessoas de sua confiança para importantes cargos no Vaticano. Um exemplo disso é a nomeação de seu amigo pessoal e colaborador, um argentino, para liderar a Doutrina da Fé.

Analistas acreditam que a morte de Bento 16, antecessor de Francisco, deu ao atual Papa mais autonomia para nomeações e destituições. A presença do papa emérito atraía religiosos conservadores que se opunham a Francisco.

Em resumo, o Papa Francisco está enfrentando resistência interna dentro da Igreja Católica e agora busca consolidar sua posição, nomeando pessoas de sua confiança para cargos importantes. A morte de Bento 16 também deu a ele mais liberdade para tomar decisões e afastar opositores conservadores.






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