“Carnaval paraense celebra tradição do ‘Cordão da Bicharada’, dando destaque aos animais”
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“Carnaval paraense celebra tradição do ‘Cordão da Bicharada’, dando destaque aos animais”
Década de 1970, após a ditadura militar no Brasil, obras como a Transamazônica e a hidrelétrica de Tucuruí foram iniciadas no Pará. Nessa época, a preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade não estava em destaque. Em 1976, durante o Carnaval, um grupo de moradores de Cametá trouxe para as ruas e para dentro das casas das pessoas um “grito” dos animais, conhecido como “Cordão da Bicharada”. Zenóbio Ferreira, o mestre Zenóbio, é um dos responsáveis por essa tradição no carnaval de Cametá. O Cordão da Bicharada diferenciava-se dos blocos de avenidas, pois entrava na casa das pessoas e o trajeto imitava o formato de um cordão. Era uma manifestação popular que combinava crítica política e a temática ambiental, mas com um toque de humor. A interpretação dos animais era levada a sério, e alguns atores chegaram a estudar os animais para imitar seus comportamentos. Com o tempo, o Cordão da Bicharada descobriu talentos artísticos e se expandiu. O primeiro cordão foi criado com materiais recicláveis disponíveis na Vila Joaba, em Cametá. As músicas do Cordão transmitiam a mensagem dos animais para os seres humanos. Em 2019, surgiu o “Passarada”, outro cordão que conscientiza sobre a preservação das aves. Agora, esses cordões são apresentados para o público durante o Carnaval oficial da cidade de Cametá.
