Celebridades e renomados escritores dão vida aos livros por meio de audiolivros.
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Celebridades e renomados escritores dão vida aos livros por meio de audiolivros.
Os audiolivros estão ganhando cada vez mais destaque no mercado editorial. Grandes plataformas, como a Audible da Amazon, têm investido em narradores conhecidos para atrair o público. Nomes como Otávio Muller, Gabz e Marcos Palmeiras foram escolhidos para narrar clássicos como “1984”, “Alice no País das Maravilhas” e “Dom Casmurro”, respectivamente.
A escolha por atores e atrizes de teatro se dá pela capacidade deles em segurar a narrativa e proporcionar uma experiência agradável ao ouvinte. De acordo com André Palme, da plataforma Skeelo, a voz dos artistas de teatro é eficiente e confortável para escutar um audiolivro.
No entanto, as editoras também têm dado espaço para os próprios escritores narrarem suas obras. Autores como Jeferson Tenório e Aline Bei optaram por narrar seus próprios livros, trazendo uma conexão única entre a história e a voz do autor.
O formato dos audiolivros remete ao fascínio das radionovelas do passado, trazendo memórias afetivas para os ouvintes. Aline Bei, que narrou dois de seus livros, menciona que sempre sonhou em fazer um audiolivro e considera o formato muito especial.
Aline, formada em artes cênicas, destaca que o frescor da obra durante a narração do audiobook “A pequena coreografia do adeus” foi uma experiência maravilhosa. Ela descreve a sensação de estar em um estúdio, sozinha com seu próprio escrito, como algo bonito e gratificante.
O processo de gravação pode ser cansativo, conforme Aline relata, mas ela destaca a importância de pausas para descanso vocal. A voz cansada pode prejudicar a entrega do conteúdo, e é necessário preservar o brilho da narração.
Em um artigo recente, foi discutido como a experiência de ser atriz ajudou a escritora Aline Bei no processo de narrar seus próprios livros em formato de audiolivro. Ela mencionou que se sentiu livre para entregar exatamente o que esperava ter escrito, já que o livro era seu e ela tinha total controle sobre a narração. No entanto, Bei comparou essa experiência com a gravação de seu primeiro livro, “O peso do pássaro morto”, onde ela sentiu uma distância maior e uma angústia ao reler sua obra antiga.
Por outro lado, a atriz Tainá Müller, que narrou o livro “Bom dia, Verônica”, revelou que se considera mais uma leitora tradicional do que uma ouvinte de audiolivros. No entanto, ela achou interessante a proposta de narrar o livro no formato de áudio, especialmente porque já havia interpretado a protagonista na série baseada na obra. Müller descreveu o desafio de interpretar personagens com os quais já estava intimamente ligada pela interpretação de outros atores, mas mencionou que conseguiu encontrar um tom de leitura que diferenciava seu trabalho como atriz da narração do audiolivro.
Ao narrar “Bom dia, Verônica”, Müller tinha a responsabilidade de manter o clima tenso da história e dar personalidade aos personagens secundários, sem causar confusão aos ouvintes. Ela mencionou a importância das sutilezas da respiração, pausas e tons de voz para conduzir o público durante a leitura. Mesmo fazendo cerca de vinte vozes diferentes, Müller não se pressionava para imitar as interpretações da série, mas sim para oferecer uma experiência de leitura agradável e envolvente.
Esses exemplos mostram como artistas podem trazer uma abordagem única e cativante ao narrar obras de ficção no formato de audiolivro. A experiência e talento desses profissionais ajudam a criar uma atmosfera imersiva para os ouvintes, complementando a obra escrita e proporcionando uma nova forma de se envolver com a literatura.
A atriz Tainá Müller, conhecida por seu papel na série “Bom dia, Verônica”, foi convidada para narrar o audiolivro “De amor tenho vivido”, de Hilda Hilst. A obra, que aborda poesia, despertou o interesse de Tainá, que afirmou ter se apaixonado pelo gênero através da poesia de Hilda.
Tainá revelou que o processo de narração do audiolivro foi diferente do que ela está acostumada, destacando a importância de pausas estratégicas e ritmo na leitura de poesias. Ela acredita que a poesia deve ser lida em voz alta, comparando-a a um canto, e ressaltou a importância do audiolivro como uma nova forma de contar histórias.
A atriz enfatizou que cada história pode ser contada de infinitas formas, com sutilezas e escolhas pessoais na narrativa. Ela mencionou a tradição ancestral de contar e interpretar histórias, ressaltando a diversidade de interpretações que cada contador trazia consigo.