Cidade do Sul ficou inteiramente alagada devido às enchentes, sem acesso a serviços essenciais.
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Cidade do Sul ficou inteiramente alagada devido às enchentes, sem acesso a serviços essenciais.
Uma equipe jornalística visitou Eldorado do Sul para entender os impactos da recente enchente na vida dos moradores e na infraestrutura da cidade. O bombeiro Rudinei Silva dos Santos relatou que perceberam o risco no dia 30 de abril, quando outra localidade próxima começou a ser inundada.
Com alertas por carro de som e redes sociais, a população foi orientada a deixar suas casas antes da chegada das águas. A equipe de bombeiros voluntários enfrentou intensa demanda de resgates, com a inundação afetando diversos bairros da cidade em níveis baixos.
Com o aumento dos chamados de socorro, a equipe enfrentou dificuldades em atender a todos, contando apenas com 20% das embarcações operacionais. Pessoas foram resgatadas e levadas para a prefeitura, que acabou também sendo atingida pela enchente.
Com a situação se agravando, a população foi transferida para a BR 290, única área seca na região. Mesmo com o apoio de outras cidades, milhares de pessoas precisaram permanecer na estrada devido à falta de abrigos suficientes. A operação de resgate foi intensa, priorizando grupos vulneráveis e pessoas em situação de risco.
Após dias de enchente, a água começou a baixar em alguns pontos da cidade, permitindo que parte da população retornasse ao prédio da prefeitura. No entanto, a previsão de novas elevações no nível do rio Guaíba traz preocupações para os próximos dias, com previsão de novo recorde de altura.
A situação se complicou ainda mais quando a cidade ficou sem energia, afetando as comunicações e a prestação de socorro. A falta de internet e luz tornou o cenário ainda mais desafiador para os moradores e equipes de resgate.
Em meio às operações de resgate em Eldorado do Sul, pessoas buscavam seus familiares e pediam ajuda, porém os pedidos de socorro muitas vezes chegavam com atraso, impactando o trabalho das equipes. Eduardo Griza, um bombeiro voluntário que veio de outra cidade, descreve a dificuldade enfrentada no percurso, com alagamentos e deslizamentos de terra já evidentes. A situação caótica da região o deixa atônito.
Mesmo com esforço para manter a serenidade, o envolvimento emocional é inevitável ao resgatar famílias ilhadas e testemunhar a devastação em casas. Eldorado do Sul ficou incomunicável inicialmente devido aos danos da crise, mas um esforço conjunto de voluntários proporcionará uma antena capaz de prover acesso à internet sem depender das operadoras convencionais, facilitando a comunicação durante a calamidade.
Priscila Grener, uma das afetadas, teve que deixar sua residência devido à elevação das águas com três filhos. Abrigados em condições precárias, agora estão na prefeitura da cidade. Após a inundação, ela retornou para sua casa e se deparou com a destruição, mirando em recomeçar com o essencial para seus filhos. O prédio público também abriga o prefeito Ernani Gonçalves e sua família, que permanecem no local para gerenciar a crise.
Enfrentando a terceira enchente desde sua chegada à cidade, Roseli, enfermeira responsável, destaca a gravidade da situação que atingiu 90% do município, afetando não só as instalações de saúde, mas a vida de todos os moradores. O trabalho de reconstrução e assistência segue em meio aos desafios pós-calamidade em Eldorado do Sul.
Um relato emocionante de uma enfermeira e responsável técnica de enfermagem em Eldorado do Sul (RS) revela as condições difíceis enfrentadas pela equipe de saúde durante as inundações na cidade. Trabalhando em uma sala de emergência improvisada dentro do prédio da prefeitura, os profissionais enfrentaram a falta de recursos e o desafio de atender a população mesmo em meio à adversidade.
A enfermeira descreve a situação das nove unidades de saúde da cidade, que foram afetadas pelas enchentes e até mesmo saqueadas. Os estragos materiais ainda estão sendo avaliados, mas é evidente que serão necessárias muitas doações para recuperar a infraestrutura perdida.
O medo da possibilidade de uma nova enchente paira sobre a equipe de saúde, que se prepara para reconstruir e fornecer suporte à comunidade nos próximos meses. Mesmo com sentimentos de preocupação e tristeza, os profissionais mostram determinação em continuar ajudando e superando os desafios.
O relato também destaca a solidariedade presente nas ações de voluntários e nas tentativas de resgate de animais afetados pelas inundações, mostrando a união e o apoio mútuo como pilares fundamentais para a superação de momentos difíceis.
