Crescimento exponencial das denúncias de abandono de idosos em 2023.
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Crescimento exponencial das denúncias de abandono de idosos em 2023.
Odete Ferreira, uma mulher de 77 anos, tem uma paixão por bonecas que ela nunca pôde desfrutar durante sua infância. Ela foi abandonada por seus pais e passou por trabalhos abusivos quando era jovem. Ela teve diferentes profissões ao longo de sua vida, como babá e empregada doméstica, e cuidou de muitas pessoas, mas agora se encontra sozinha. Ela vive em um abrigo para idosos em São Paulo, junto com outras senhoras, algumas das quais têm família, mas que raramente as visitam.
Em um abrigo filantrópico com 22 moradoras entre 66 e 100 anos de idade, apenas duas delas foram levadas por seus parentes para passar as festas de fim de ano com a família.
Esse abrigo existe há 40 anos e testemunhou conflitos não resolvidos, problemas sociais, de saúde mental e financeiros, bem como o simples abandono das pessoas idosas que ali vivem. O abandono de idosos é um crime e as denúncias sobre esse assunto dobraram em 2023, de acordo com o Ministério dos Direitos Humanos.
Qualquer forma de negligência ou falta de presença por parte da família pode ser considerada abandono do idoso. Caso o familiar não possua condições para cuidar do idoso, é importante procurar assistência social no município ou o Conselho Municipal do Idoso. Qualquer pessoa, seja vizinho, amigo ou desconhecido, pode denunciar anonimamente um caso de abandono. A avaliação dessa situação nem sempre é fácil e precisa ser feita por profissionais.
A falta de contato, de interesse e de cuidados por parte dos filhos, parentes ou responsáveis também pode ser considerada abandono afetivo, algo que o diretor do abrigo já presenciou várias vezes. A presença, o interesse e os cuidados da família são extremamente importantes nessa fase da vida do idoso, assim como foram no início de sua vida, quando ele era vulnerável e dependente.
As denúncias de abandono podem ser feitas nos conselhos municipais e estaduais da pessoa idosa ou pelo telefone do Disque Direitos Humanos, cujo número é 100.
