Danos causados pela ação humana afetam mais de metade das árvores do bairro de Nazaré em Belém, cidade-sede da COP 30.
Compartilhe:
Danos causados pela ação humana afetam mais de metade das árvores do bairro de Nazaré em Belém, cidade-sede da COP 30.
No bairro de Nazaré, localizado em Belém e conhecido por sediar o Círio, foi realizado um levantamento de 1.011 árvores pela Universidade Federal do Pará (Ufra) em parceria com a gestão municipal. O objetivo é criar um inventário das árvores da capital paraense, que será importante para a COP 30 programada para 2025.
Dentre as árvores identificadas, 517 apresentaram danos causados pela atividade humana, como pregos, lixo e anelamento do tronco. Esse último é provocado por amarrações de fios ou uso de pneus, o que pode levar as árvores à morte por privação de nutrientes.
A secretária municipal de Meio Ambiente, Christiane Ferreira, destacou a importância desse mapeamento para a prevenção, fornecendo uma base para as ações de manutenção e arborização realizadas pela Secretaria de Meio Ambiente (Semma) em colaboração com diferentes entidades públicas e privadas, bem como a sociedade civil.
Além de Nazaré, o levantamento já passou pelos bairros do Marco e de Fátima, totalizando 3.422 árvores. A próxima etapa incluirá o bairro do Reduto, com previsão de encerramento do inventário até o final de 2024. Um mapa com a localização das árvores está disponível online.
O professor Cândido Ferreira Neto, da Universidade Rural da Amazônia, enfatizou a necessidade de arborização em Belém para garantir conforto térmico, sustentabilidade, biodiversidade e interação social. Ele ressaltou que o plantio de novas árvores não só beneficia o ambiente, mas também impulsiona a economia local e a convivência com a natureza.
Com uma média de temperatura de 33ºC, Belém já registrou sensações térmicas de até 38ºC, o que preocupa diante da expectativa de 60 mil pessoas durante a realização da COP 30. Cândido Neto alertou sobre a importância de expandir a arborização para lidar com esse aumento populacional na cidade paraense.
Um especialista em arborização em Belém ressalta a importância de escolher espécies de árvores adequadas para áreas urbanas. Ele destaca a necessidade de entrar em contato com a Secretaria de Meio Ambiente para verificar a viabilidade da espécie escolhida. Recomenda o uso da espécie ‘Pau Pretinho’ por seu bom sombreamento, mas enfatiza a importância de considerar outros fatores como riscos de queda e impacto no solo.
O professor alerta para a necessidade de cuidar das árvores, evitando danos como pregar pregos nelas. Além disso, destaca a importância de uma poda adequada, ressaltando que contatou a concessionária de energia para orientar a poda das árvores próximas à fiação elétrica. Uma poda mal feita pode desequilibrar a árvore e aumentar o risco de queda, impactando a segurança urbana.
O especialista enfatiza a necessidade de nos reconectarmos com a natureza, pois ela está enviando sinais de alerta. Ele destaca que a preservação ambiental é fundamental para o bem-estar da cidade e das pessoas. Cuidar das árvores urbanas não apenas melhora o aspecto visual, mas também contribui para a saúde do meio ambiente e da comunidade como um todo. A consciência ambiental e ações responsáveis são essenciais para um equilíbrio sustentável entre a cidade e a natureza.