Década de 2024: Onda de Eleições e Rupturas na Democracia
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Década de 2024: Onda de Eleições e Rupturas na Democracia
Em um mundo ideal, o direito ao voto seria suficiente para garantir a democracia em todos os lugares. Infelizmente, não é o que ocorre. Recentemente, a vitória de um líder considerado separatista por Pequim em Taiwan sinaliza mais tensões à frente nas relações entre a ilha e o continente chinês. Por sua vez, a derrota de Xi Jinping foi seguida por um aviso do governo chinês de que Taiwan faz parte da China.
Apesar das acusações graves que recaem sobre ele, Trump se mantém como um pré-candidato forte para a indicação republicana nas eleições de 2024 nos Estados Unidos. Sua presença nos tribunais permite que ele assuma o papel de vítima e conquiste a simpatia de sua base de apoio. Atualmente, Trump está à frente de seus concorrentes republicanos nas pesquisas, com 60,4% de apoio.
Em relação à disputa final entre Biden e Trump, pesquisas mostram um empate, porém ambos são menos populares entre seus eleitores em comparação a 2020, refletindo o desgaste do eleitorado americano em relação ao processo eleitoral.
Enquanto os Estados Unidos enfrentam uma campanha eleitoral volátil e tóxica, em países onde a autocracia está enraizada e as cartas já estão definidas, as eleições são meras formalidades. Na Rússia, por exemplo, Vladimir Putin é o favorito há 20 anos pela ausência de adversários políticos. Na Venezuela, a data das eleições ainda não foi marcada, mas até o momento apenas Nicolás Maduro está no páreo, enquanto a ex-deputada Maria Corina Machado está inabilitada pelo regime para concorrer.
No Irã, onde as eleições legislativas estão marcadas para março, o Conselho dos Guardiães já desqualificou um terço dos candidatos, seguindo um padrão de pleitos anteriores. E em El Salvador, o presidente Nayib Bukele deve obter um segundo mandato em fevereiro, mesmo não sendo elegível para reeleição, graças a uma manobra do Tribunal Constitucional que o beneficia.
Essas distorções promovidas por regimes autoritários minam a legitimidade dos vencedores e distorcem o funcionamento democrático. Embora possam dar uma aparência de legalidade ao processo eleitoral, no final das contas, contribuem para a instabilidade e falta de confiança na democracia.