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Depressão: Compreendendo a condição, opções de tratamento e recursos de apoio


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Depressão: Compreendendo a condição, opções de tratamento e recursos de apoio

Classificada como um problema global de saúde negligenciado, a depressão afeta significativamente os brasileiros. De acordo com a pesquisa Vigitel 2021 do Ministério da Saúde, 11,3% dos entrevistados receberam diagnóstico médico para depressão. O percentual é de 7,3% entre os homens e quase o dobro, 14,7%, entre as mulheres. Apesar de ser uma condição bastante comum, a depressão ainda é estigmatizada e falar sobre o tratamento, especialmente com remédios, continua enfrentando obstáculos.

A depressão é um transtorno de humor que afeta a função emocional do nosso organismo. Assim como temos funções digestivas, visuais e auditivas, o humor dá cor e tom às nossas emoções, sendo capaz de adoecer, como é o caso da depressão.

Os principais sintomas utilizados para diagnosticar a depressão são o humor triste e a anedonia, que é a diminuição ou ausência de interesse e prazer em atividades que antes eram prazerosas. Além disso, podem surgir alterações no sono e no apetite, redução da atenção, concentração e memória, cansaço, pensamentos de culpa e baixa autoestima, desesperança em relação ao futuro, morte ou suicídio. É importante destacar que, nem sempre, a tristeza é um sintoma presente. A pessoa pode apresentar irritabilidade, impaciência, pessimismo e negatividade sem sentir tristeza ou chorar.

Diferenciar um sintoma de depressão de uma tristeza considerada “normal” é uma tarefa para um profissional, como médico ou psicólogo. É fundamental que a pessoa busque ajuda onde estiver disponível, seja em um posto de saúde, com o psicólogo ou médico do convênio, ou em algum lugar em que se sinta confortável, como uma igreja.

Os médicos nos postos de saúde têm a capacidade de prescrever antidepressivos, não sendo necessária, inicialmente, a ida a um Centro de Atenção Psicossocial (Caps) no caso do sistema público de saúde. O diagnóstico na psiquiatria é mais complexo do que em outras áreas, uma vez que não há um teste objetivo para detectar a doença. É necessário ouvir o paciente e, eventualmente, familiares e conhecidos para ter uma ideia mais clara se a pessoa está de fato com depressão.

O tratamento da depressão varia de acordo com a intensidade, gravidade e duração dos sintomas. Nem sempre o uso de antidepressivos é necessário, mas pode ser associado à psicoterapia para um melhor resultado. No entanto, é importante ressaltar que o antidepressivo, por si só, não é a solução para a depressão. Em relação à psicoterapia, é recomendado buscar abordagens baseadas em evidências científicas, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC) ou a terapia interpessoal (TIP).

Em casos mais graves ou quando o tratamento convencional não apresenta resultados satisfatórios, pode ser necessário recorrer a outros tipos de intervenção, como eletroconvulsoterapia (ECT) ou estimulação magnética transcraniana (EMT). É essencial que cada indivíduo seja avaliado individualmente para determinar o melhor plano de tratamento.

Não deixe de buscar ajuda se você ou alguém que você conhece está sofrendo com a depressão. É uma condição tratável e quanto mais cedo for diagnosticada, melhores serão as chances de recuperação.

Quando o assunto é a duração do tratamento medicamentoso para a depressão, não há um prazo fixo. Os remédios psiquiátricos não funcionam como antibióticos, portanto, o tempo de uso varia de pessoa para pessoa.

Na maioria dos casos, a depressão requer um tratamento de manutenção para prevenir novos episódios. É comum que uma pessoa comece o tratamento, melhore e, em seguida, pare de tomar a medicação ou interrompa a terapia. No entanto, é importante tomar essa decisão em conjunto com um profissional de saúde para avaliar se é o momento adequado para parar.

A depressão é uma condição complexa e influenciada por diversos fatores, como condições biológicas, genéticas e ambientais. Não importa o motivo que leva alguém a desenvolvê-la, é importante jamais culpar o indivíduo. No Brasil, cerca de 80% das pessoas com depressão não procuram tratamento, principalmente devido ao preconceito e à visão equivocada de que é uma fraqueza ou que a pessoa deve apenas “reagir”.

Existem diversos fatores de risco que podem aumentar a vulnerabilidade para desenvolver depressão, como questões econômicas, histórico de abuso ou violência, luto, eventos traumáticos, pertencer à população LGBT, ser mulher ou exercer certas profissões, como a de médico. As mulheres, por exemplo, têm o dobro de chances de desenvolver depressão em comparação aos homens, e a adolescência é a fase em que mais casos novos são identificados.

Embora não haja cura definitiva para a depressão, a doença pode ser tratada de forma semelhante à hipertensão ou diabetes. É uma condição episódica, ou seja, algumas pessoas podem ter apenas um episódio enquanto outras podem sofrer com períodos longos de depressão. No entanto, é comum que os episódios tenham um início, meio e fim mais definidos.

Por fim, é importante destacar que um psiquiatra pode ajudar a diferenciar entre preguiça e depressão, uma vez que a doença é uma condição real e tratável, não apenas uma falta de motivação ou energia.






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