Notícias | Desafios enfrentados por residentes de regiões áridas da Bahia na pecuária e abastecimento de água: ‘produção comprometida’

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Desafios enfrentados por residentes de regiões áridas da Bahia na pecuária e abastecimento de água: ‘produção comprometida’


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Desafios enfrentados por residentes de regiões áridas da Bahia na pecuária e abastecimento de água: ‘produção comprometida’

Na região norte da Bahia, o jovem produtor rural Maciel Ferreira, de 28 anos, relata as dificuldades enfrentadas no ano anterior devido ao clima mais quente e à escassez de chuvas. Suas plantações de milho, feijão e melancia tiveram baixo rendimento, afetando também a alimentação dos animais em sua propriedade em Chorrochó, zona considerada a primeira região árida do Brasil.

Com aproximadamente 6 mil quilômetros quadrados, essa região foi identificada em 2023 pelo Cemaden e pelo Inpe como uma área impactada pelas mudanças climáticas, marcada por temperaturas elevadas e escassez de chuvas. O produtor menciona que os preços de alimentos essenciais como o milho aumentaram consideravelmente, tornando necessário o uso de palma para alimentar os animais.

Além de cultivar alimentos, Ferreira mantém uma criação de cerca de 80 bodes e 40 ovelhas, enfrentando também problemas de abastecimento de água. Ele relata que, em sua propriedade em Cajaíbas, paga cerca de R$ 200 por entregas de água através de carros-pipa para abastecer a cisterna, que garante o suprimento por aproximadamente três meses com uso consciente.

A disponibilidade limitada de água é um desafio comum para Maciel e seus vizinhos. Mesmo com o suporte da Prefeitura de Chorrochó através de caminhões-pipa, muitos produtores rurais acabam tendo que arcar com custos extras para garantir um abastecimento adequado.

Outra moradora da região, a agricultora e pecuarista Maria Fátima Silva, de 54 anos, enfrentou dificuldades acrescidas em 2022 com um clima ainda mais quente. A escassez de água gerou a necessidade de soluções como poços individuais e a utilização de carros-pipa, ressaltando a importância de preparações para períodos de estiagem.

O cenário é agravado pelo aumento nos custos de alimentos para animais, como o milho, tornando essencial buscar alternativas viáveis para a manutenção das criações. O apoio governamental é fundamental nesse contexto, mas até o momento não havia informações sobre ações específicas para enfrentar as demandas da região árida da Bahia.

Uma análise da variação da precipitação e evapotranspiração no Brasil entre os anos de 1960 e 2020 revelou que, no período de 1990 a 2020, uma região árida emergiu pela primeira vez. Segundo especialistas, áreas com essa característica enfrentam desafios como a ocorrência mais frequente de queimadas, impactos negativos na agricultura e pecuária e, se o solo não for gerenciado de forma sustentável, há possibilidade de desertificação a longo prazo.

Essa situação evidencia a importância de práticas sustentáveis e de monitoramento contínuo das mudanças climáticas no país. O surgimento de regiões áridas representa um alerta para os possíveis impactos ambientais, econômicos e sociais que podem surgir e demonstra a necessidade de ações preventivas e de planejamento adequado para lidar com esses desafios.






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