Descoberto golpe envolvendo hortaliças e promessa mirabolante de empresário para atrair investidores
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Descoberto golpe envolvendo hortaliças e promessa mirabolante de empresário para atrair investidores
Um investidor, que preferiu não se identificar, foi vítima de um golpe cometido pelo empresário Jucélio Pereira. O empresário prometia ganhos acima da média do mercado e afirmava ter descoberto uma solução nutritiva inovadora que aumentaria a produtividade das plantas de forma surpreendentemente rápida. O investidor investiu R$ 308 mil na empresa de Jucélio.
Jucélio Pereira é formado em química pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e convencia as pessoas de que tinha conhecimentos inovadores para aumentar a produção de hortaliças e vegetais. Ele utilizava sua formação em química para afirmar que havia descoberto um balanceamento químico para nutrir as plantas de maneira mais rápida do que outros produtores, acelerando o sistema produtivo e prometendo lucros satisfatórios.
A empresa de Jucélio, chamada Hort Agreste, utilizava um sistema de hidroponia, onde as plantas são cultivadas em bancadas suspensas, sem contato com o solo, recebendo irrigação sofisticada e nutrição química. Jucélio tentava convencer os investidores de que sua “descoberta química” garantiria o retorno financeiro prometido.
A vítima conta que Jucélio demonstrava ter um vasto conhecimento sobre hidroponia e nutrição química das plantas. Ele manipulava dados e fazia cálculos convincentes sobre os insumos e custos de produção, conseguindo enganar qualquer pessoa. No entanto, posteriormente, descobriu-se que essas informações eram falsas.
A suposta invenção de Jucélio consistia em uma fórmula de nutrição das plantas que aceleraria o processo produtivo. Ele afirmava, por exemplo, que poderia colher um pé de alface em 17 dias, enquanto outros produtores levavam de 35 a 40 dias.
O investidor investiu um total de R$ 308 mil na Hort Agreste. Os pagamentos foram feitos através de transferência bancária e parcelamento no cartão de crédito. A princípio, o investidor aplicou R$ 14 mil para a construção de bancadas hidropônicas de pepino e passou a receber um retorno mensal correspondente a pouco mais de 7% do capital inicial investido.
Entre março e setembro do ano passado, foram feitos outros investimentos para a produção de bancadas de pepino e tomate, totalizando R$ 118 mil em transferências bancárias. Além disso, o investidor fez compras no valor de R$ 190 mil na Hort Agreste através do cartão de crédito.
A empresa de Jucélio realizou os pagamentos dos rendimentos prometidos até novembro de 2023, mas posteriormente deixou de cumprir com os pagamentos devidos. Por causa dessa suspensão, a vítima não conseguirá pagar as parcelas dos próprios investimentos.
Um investidor relatou ter sido vítima de um esquema de investimentos parcelados no cartão que parecia ser legítimo. O investidor afirmou que o negócio não se assemelhava a um esquema de pirâmide, pois havia uma estrutura real, como sítios e estufas, no entanto, os altos rendimentos prometidos não se comprovaram.
Devido às promessas de lucros elevados e a suposta estrutura da empresa, o investidor fez vários empréstimos bancários para investir ainda mais. No entanto, agora enfrenta dificuldades financeiras, incluindo o risco de perder o carro e a incapacidade de pagar as parcelas dos empréstimos. Outro ex-funcionário da empresa relatou ter investido R$ 190 mil e também perdeu tudo.
De acordo com as investigações, o prejuízo total causado pelo esquema nos últimos dois anos pode ultrapassar R$ 120 milhões. O suspeito responsável pelo esquema foi preso e o caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
