Descumprimento de 3,3 mil medidas protetivas para mulheres é identificado em 9 meses no Rio de Janeiro
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Descumprimento de 3,3 mil medidas protetivas para mulheres é identificado em 9 meses no Rio de Janeiro
De acordo com dados obtidos junto ao Instituto de Segurança Pública (ISP), no Rio de Janeiro, houve um aumento de 43% nos registros de violência doméstica e sexual contra mulheres em 2023 em comparação com o mesmo período em 2022. No total, foram registrados 33,2 mil casos suspeitos ou confirmados de violência no Sistema Único de Saúde (SUS). Esses números correspondem apenas aos casos em que as mulheres foram até a delegacia para registrar o descumprimento de medidas protetivas.
Entre janeiro e setembro de 2023, foram registrados 3.309 casos de descumprimento de medidas protetivas com vítimas mulheres, enquanto em 2022 foram registrados 3.587 casos. A maioria desses registros envolve agressões físicas, totalizando 19.396 episódios de agressão no período. Em média, aproximadamente 12 homens descumpriram as medidas protetivas diariamente.
Algumas vítimas compartilharam suas experiências, destacando a violência física, psicológica e sexual que sofreram. Uma mulher, que vive em abrigo há dois meses, relatou que a primeira denúncia contra o ex-marido foi feita há sete anos e, ao longo do tempo, as medidas protetivas foram se acumulando. Outra vítima mencionou a sequência de agressões que sofreu, desde xingamentos até agressões físicas com facas e armas de fogo, resultando em ferimentos graves em várias partes do corpo.
Os registros de casos de violência contra a mulher no Rio de Janeiro nos últimos anos mostram um aumento significativo ao longo do tempo. Em 2023, foram registrados 33.260 casos, enquanto em 2022 foram 22.917, em 2021 foram 18.559 e em 2020 foram 15.078 casos.
Em relação aos dados detalhados de 2023, houve 19.396 episódios de agressão física, 9.622 casos de agressão psicológica e moral, e 4.242 casos de agressão sexual. No total, 91 mulheres foram assassinadas e 275 foram vítimas de tentativas de feminicídio no Rio de Janeiro em 2023.
O relato de uma técnica de enfermagem, chamada Alane Botelho, evidencia a gravidade da situação. Ela sobreviveu a um ataque de seu ex-marido em março, quando ele invadiu sua casa e a agrediu com várias facadas. Alane sofreu cortes no pescoço e na mão durante a luta pela vida. Ela relatou que o agressor não aceitava o fim do relacionamento e estava determinado a matá-la. A presença do irmão no momento do ataque resultou na interrupção do agressor.
