Entenda as distinções entre a leitura convencional e a audição de audiolivros em obras literárias
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Entenda as distinções entre a leitura convencional e a audição de audiolivros em obras literárias
Especialistas afirmam que o formato de audiolivros está ganhando popularidade entre as editoras e o público brasileiro. Embora ler e ouvir um livro sejam atividades diferentes, as informações obtidas por meio da leitura e audição convergem para áreas semelhantes do cérebro. No entanto, os especialistas ressaltam que a forma como ouvimos os audiolivros pode afetar a assimilação do conteúdo.
O neurologista Adalberto Studart explica que, se ouvirmos os audiolivros com atenção total, sentados em uma poltrona, por exemplo, não há problemas. No entanto, é comum que ouçamos enquanto realizamos outras atividades, como dirigir, limpar a casa ou caminhar, dividindo nossa atenção. Essa divisão de foco pode resultar em dispersão e perda de detalhes da história.
Studart destaca que a diferença entre ler e ouvir um livro está na forma como dedicamos atenção a cada uma dessas atividades. A atenção está mais ligada à informação visual, pois a área visual do cérebro é maior do que a auditiva. Durante a leitura, fixamos o olhar nas palavras, enquanto na audição, nossos olhos estão livres para se distrair com o ambiente. Isso torna mais fácil nos distrairmos enquanto ouvimos um audiolivro em comparação à leitura física.
O neurologista ressalta que a necessidade de realizar múltiplas tarefas simultaneamente é prejudicial, levando cada vez mais pessoas a procurarem ajuda para problemas de memória e atenção. Ele considera que a praticidade dos audiolivros é interessante e pode atrair novos leitores, especialmente quando não é possível sentar e ler um livro, como em transportes públicos. No entanto, ele enfatiza que a leitura escrita é importante para o desenvolvimento do vocabulário e da capacidade de escrita, e os audiolivros devem ser utilizados como complemento, não substitutos.
O professor e coordenador do curso de escrita criativa da PUC-RS, Bernardo Bueno, concorda que os audiolivros devem ser vistos como uma forma de complementar a leitura, não de substituí-la. Ele vê a popularização do formato como uma maneira de incluir mais pessoas na literatura e destaca os benefícios para aqueles com déficit de atenção ou dislexia. No entanto, ele reforça que substituir completamente a leitura escrita é prejudicial.
Em resumo, os especialistas afirmam que os audiolivros podem ser uma maneira complementar de absorver conteúdo, especialmente em situações em que a leitura física não é possível. No entanto, eles alertam para a importância de manter a leitura escrita, já que essa prática contribui para o desenvolvimento do vocabulário e da capacidade de escrita.
Para muitas pessoas, a literatura pode parecer algo distante, mas há maneiras de se aproximar dela sem precisar ler um livro tradicional. Uma delas é através dos podcasts, que têm se tornado uma porta de entrada para muitos indivíduos.
Esse hábito geralmente começa com a audição de podcasts, que gradualmente leva a uma apreciação por textos mais narrativos. O interessante é que alguns tipos de textos se beneficiam muito da sonoridade, dos efeitos sonoros, das interpretações e das ênfases. Isso cria uma imersão maior, o que pode ser extremamente interessante para os ouvintes.
De fato, há uma discussão em torno do que realmente define a literatura, mas a literatura não está restrita apenas aos livros impressos. Ela pode se manifestar em diferentes formatos, como os podcasts. Muitos escritores também têm buscado explorar diferentes formatos para expressar seu trabalho. Além disso, os jovens estudantes já chegam com ideias diferentes sobre o que é literatura, como as fanfics e a literatura presente na internet.
