Investigação sobre a Morte de João Paulo: Imagens das Perícias Realizadas para Descobrir a Causa do Óbito
Compartilhe:
Investigação sobre a Morte de João Paulo: Imagens das Perícias Realizadas para Descobrir a Causa do Óbito
Um podcast investigativo lançou recentemente seu segundo episódio abordando o caso de João Paulo, um garoto de 9 anos encontrado morto em um freezer dentro de um colégio católico em Piracicaba. Após seis meses do crime, um laudo apontou a causa da morte, mas durante esse intervalo, especulações e boatos surgiram na cidade, levando a investigação policial a se estender por quatro longos anos após o caso inicial.
Uma das primeiras teorias levantadas foi a de que João Paulo teria se trancado acidentalmente dentro do freezer, porém a família da vítima descartou essa possibilidade. Testemunhas afirmaram que o garoto apresentava sinais de violência e não teria entrado na geladeira por vontade própria, já que era conhecido por temer lugares pequenos e fechados. O laudo pericial descartou a chance de asfixia, pois havia um orifício que permitia a entrada e saída de ar na geladeira.
O relatório pericial apontou que as roupas do menino estavam molhadas e arrumadas ao redor do corpo, juntamente com um cadarço do sapato arrancado e cabelos úmidos. Também foram encontrados sinais de que João Paulo poderia ter sido submerso em água antes de ser encontrado no freezer. Além disso, evidências de sangue e ferimentos foram observadas no local onde o corpo foi descoberto, acrescentando mais mistério a esse caso emblemático que completa 35 anos em 2024.
Recentemente, foi descoberto que manchas de sangue foram encontradas no piso de um bar e em uma parede de um corredor. O laudo pericial identificou a presença de sangue nessas áreas, indicando que provavelmente foram locais de algum tipo de ocorrência violenta. Além disso, um exame necroscópico revelou que o corpo em questão apresentava rigidez cadavérica, sugerindo que a morte ocorreu há mais de 10 horas. Foram observados ferimentos em diversas partes do corpo, como nos lábios, mãos, tórax, joelhos e pé esquerdo, mas nenhum indicativo de agressão sexual.
Apesar das análises detalhadas, a causa da morte foi considerada “indeterminada” pelos peritos. Um exame do Instituto Médico Legal apontou a presença de hemorragia no pulmão, veias dilatadas no rim, fígado e cérebro, evidenciando uma condição de congestão nesses órgãos. A investigação tentava desvendar os mistérios por trás desse falecimento, recorrendo a medidas como a exumação do cadáver por especialistas renomados, como Badan Palhares.
Enquanto aguardavam os resultados finais das investigações, a Polícia Civil realizava reconstituições do crime e coletava depoimentos importantes. A cobertura midiática sobre o caso João Paulo era intensa, com destaque em programas de televisão e reportagens nos jornais locais. O mistério em torno da morte desse indivíduo continuava a intrigar a todos os envolvidos, alimentando teorias e especulações na imprensa.
Um caso polêmico que gerou grande repercussão em Piracicaba foi o protagonizado por João Paulo. Após sua morte, a sociedade local passou a cobrar a resolução do caso, com manifestações e cartas exigindo justiça.
O delegado responsável inicial, Roney Rodrigues, acabou se desligando do caso devido à pressão e especulações envolvidas. Em seu lugar, Sérgio Bastos assumiu as investigações, dando continuidade ao inquérito policial.
A pressão da sociedade se intensificou, com abaixo-assinados e manifestações em busca de solução para o caso. Além disso, surgiu um novo episódio, envolvendo um garoto que alegou ter sofrido abuso sexual por parte de um padre da escola. Esse caso foi investigado separadamente, mas acabou arquivado por falta de provas.
O padre também foi investigado no caso de João Paulo, porém, tinha um álibi que o livrava da suspeita. Mesmo assim, a pressão social o levou a deixar suas funções religiosas e mudar-se para longe de Piracicaba.
Anos após o ocorrido, as lembranças do caso continuaram presentes na comunidade, com boatos e discussões sem uma conclusão definitiva. O padre veio a falecer sem que nada fosse provado contra ele, deixando um mistério em torno do caso de João Paulo.
Após a realização de um novo exame sobre a causa da morte de João Paulo, concluiu-se que ele faleceu por asfixia mecânica, apresentando sinais como edema pulmonar e partes do corpo com aparência de terem estado em contato com água. Além disso, evidências apontaram que o garoto foi colocado dentro de um balcão após sua morte, devido à posição do corpo e manchas de sangue encontradas no local. O laudo indicou também o escorrimento de líquido do balcão onde o corpo foi encontrado, sem especificar o tipo de substância. Os cabelos encontrados no peito do garoto eram dele mesmo e não foram identificadas fraturas nos ossos.
O médico responsável pelo exame, em uma entrevista, comentou que não foi possível definir com precisão o tipo de asfixia ocorrida, mas descartou a possibilidade de o garoto ter falecido dentro do freezer. A hipótese de afogamento não foi descartada devido aos indícios de que o corpo esteve em ambiente úmido. Posteriormente, em investigações posteriores, surgiu a suposição de que as lesões encontradas no lábio do garoto poderiam ter sido causadas ao tentarem impedir que ele gritasse, já que possuía aparelho nos dentes.
Questionado sobre a causa provável da morte, o legista afirmou que, em sua avaliação, a morte foi por afogamento. No entanto, um relatório técnico do Ministério Público apontou que a hemorragia no pulmão poderia indicar tanto esganadura quanto afogamento, mantendo a possibilidade de ambas hipóteses. Apesar disso, uma entrevista sobre o laudo solicitada ao médico responsável não pôde ser concedida devido a problemas de saúde na família do profissional.
Foi constatado que a vítima apresentava sinais claros de morte por sufocação, mostrando evidências como a presença de água nos pulmões. Apesar da teoria inicial de afogamento, familiares e pessoas próximas afirmaram à polícia que o menino não sabia nadar e não frequentava piscinas. Além disso, testemunhas relataram que ele não havia entrado na água e não estava molhado quando foi visto vivo. O laudo realizado pelo legista indica a sufocação como causa da morte, pois de acordo com especialistas, a presença da mancha no pulmão sugere que a vítima tentou aspirar sem sucesso, corroborando a tese de assassinato por sufocação.
O delegado Sérgio Bastos enfatizou a importância do laudo para direcionar as investigações de forma mais precisa. A partir das novas informações, a polícia delimitou a área de atuação do crime, apontando que o assassinato ocorreu nas dependências do colégio e envolve pessoas ligadas à instituição. A interpretação do laudo levou os investigadores a focarem suas ações em um local específico, identificando potenciais suspeitos e circunstâncias que levaram à morte do menino.
A tragédia do caso João Paulo ganhou ainda mais destaque após um crime semelhante ocorrido em Charqueada, cidade próxima a Piracicaba. Dois garotos foram encontrados mortos em uma situação paralela, gerando suspeitas de um possível serial killer de crianças atuando na região. Esses acontecimentos ampliaram o clima de medo na região e influenciaram brevemente nas investigações do caso de João Paulo. A continuação desses desdobramentos será abordada no próximo episódio do podcast “Medo do Escuro – O Caso João Paulo”.