Levantamento indica que quase 29,1 milhões de contribuintes seriam isentados do imposto de renda com a correção da tabela.
Compartilhe:
Levantamento indica que quase 29,1 milhões de contribuintes seriam isentados do imposto de renda com a correção da tabela.
Um estudo recente conduzido pelo Sindicato dos Auditores da Receita Federal (Sindifisco) revelou que a tabela do Imposto de Renda no Brasil apresenta uma defasagem de 149,56% quando considerada a inflação acumulada desde 1996. De acordo com o levantamento, se fosse feita a correção da tabela levando em conta a inflação, aproximadamente 29,1 milhões de contribuintes estariam isentos do imposto.
O governo aumentou a faixa de isenção para pessoas que ganham até dois salários mínimos, porém não realizou correções nas outras faixas. Isso resulta em um aumento no número de pessoas que precisam pagar o imposto de renda. Atualmente, o limite de isenção é para quem recebe até R$ 2.112,00. Caso o governo tivesse corrigido integralmente esse limite, somente aqueles que ganham mais de R$ 4.899,69 estariam sujeitos ao pagamento do imposto, segundo a projeção do Sindifisco.
O diretor de Assuntos Técnicos do Sindicato, Marcelo Lettieri, afirma que a classe média mais baixa é a mais prejudicada quando a tabela não é corrigida. Ele explica que se o trabalhador tiver reajuste apenas para acompanhar a inflação, acabará pagando mais imposto devido à falta de correção na tabela.
A isenção do imposto de renda tem diminuído ao longo dos anos. Em 1996, quem ganhava até nove salários mínimos não pagava o imposto, mas em 2006 essa isenção passou a ser aplicada para aqueles que ganhavam um pouco mais de quatro salários mínimos. Em 2016, apenas quem ganhava 2,16 salários mínimos ficava livre do pagamento do imposto.
Atualmente, de acordo com o Sindifisco, o número de pessoas isentas sem a correção da tabela é de 14,6 milhões. Se a correção fosse aplicada em sua totalidade, esse número dobraria, atingindo 29,1 milhões de contribuintes. Lettieri argumenta que a proposta de reforma tributária do imposto de renda representa uma oportunidade para alterar as regras do sistema tributário, cobrando mais dos mais ricos e aliviando a classe média, que está pressionada nesse cenário.
