O fazendeiro que invadiu o Parque Guajará: um esquema criminal com prejuízo milionário.
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O fazendeiro que invadiu o Parque Guajará: um esquema criminal com prejuízo milionário.
No período de 2015 a 2023, mais de 600 hectares de floresta foram desmatados dentro de uma Unidade de Conservação (UC) para criação de gado. O fazendeiro responsável por essa ação ilegal causou um prejuízo ambiental estimado em R$ 36 milhões, de acordo com um levantamento feito pelo Ministério Público. Ele utilizava a área protegida como uma propriedade privada, permitindo que o gado invadisse o local mesmo durante uma operação de desocupação.
O suspeito foi denunciado por quatro crimes, incluindo desobediência a ordem judicial, causar danos na UC, desmatar a área e invadir uma propriedade pública para fins privados. O Ministério Público pede uma indenização de R$ 36 milhões pelos danos causados. A fazenda do denunciado faz divisa com a zona de amortecimento do Parque, que é responsável por filtrar impactos como poluição, desmatamento e invasão.
Durante períodos de observação, agentes do Ministério Público constataram que o fazendeiro danificava as cercas de sua propriedade para permitir a entrada do gado no Parque. Além disso, ele plantava pastagem dentro da área de preservação para alimentar o rebanho. Fotos mostram a vegetação nativa reduzida a uma área de pastagem. O Parque Estadual de Guajará-Mirim é uma unidade de proteção integral com aproximadamente 220 mil hectares e vem sofrendo com a ação de invasores ao longo dos anos.
Os crimes mais recorrentes na região são extração ilegal de madeira, desmatamento, incêndio, pastagem, caça e pesca ilegal, e grilagem de terras. A preservação do Parque é crucial, pois abriga espécies ameaçadas, tanto da flora quanto da fauna.
Uma operação de grande magnitude está acontecendo em Rondônia, conhecida como Operação Mapinguari. Nela, já foram aplicadas multas que ultrapassam os R$ 35 milhões, foram removidas cerca de 2 mil cabeças de gado, 11 invasores foram presos, além de 5 veículos apreendidos. Também foram encontradas 5 armas, realizadas 251 ocorrências e 983 abordagens. Como resultado dessas ações, mais de 100 acampamentos foram destruídos.
Essa desocupação é vista como a maior já registrada na história de Unidades de Conservação de Rondônia. A Operação Mapinguari já dura mais de quatro meses e continua em andamento. Recentemente, uma operação chamada Persistere foi realizada como desdobramento da Mapinguari, visando prender um fazendeiro específico e impor medidas cautelares adicionais.
Além disso, imagens mostram a criação de gado e o desmatamento ocorrendo no Parque Estadual Guajará-Mirim. Essas práticas são preocupantes, pois contribuem para a degradação ambiental, interferindo no habitat de diversas espécies e contribuindo para seu declínio.
