O maior migrante de água doce do planeta está sob risco de extinção conforme lista internacional de espécies ameaçadas

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O maior migrante de água doce do planeta está sob risco de extinção conforme lista internacional de espécies ameaçadas
A dourada, também conhecida como Brachyplatystoma rousseauxii, é um peixe de couro da bacia amazônica que pode alcançar 1,5 metro e pesar até 40 quilos. Ela realiza a maior migração entre peixes de água doce, cobrindo cerca de 11 mil quilômetros para se reproduzir.
Porém, a dourada está em perigo, sendo classificada como vulnerável pela IUCN. Isso significa que corre alto risco de extinção. A espécie ocorre em diversos países além do Brasil, e a colaboração internacional é necessária para sua preservação.
A pesca descontrolada é uma ameaça significativa, especialmente no estuário do Rio Amazonas, onde os jovens da espécie se concentram. A falta de manejo adequado e monitoramento pode prejudicar os estoques de dourada, impactando pescadores e ecossistemas locais.
Além da pesca, as barragens no Rio Madeira, como Santo Antônio e Jirau, afetam a jornada reprodutiva da dourada. A construção de mais barragens pode complicar ainda mais o ciclo de vida da espécie, comprometendo sua sobrevivência.
É fundamental ações conjuntas dos governos e comunidades para proteger a dourada e garantir sua presença nos ecossistemas amazônicos para as futuras gerações.
Uma pesquisa recente realizada na Bolívia revelou que a população de douradas na bacia do Rio Amazonas pode diminuir em 37% nas próximas três gerações. A construção de barragens em 2009 tem impactado diretamente a migração desses peixes, levando à extinção potencial da espécie na região.
De acordo com pesquisadores bolivianos, a dourada pré-adulta e adulta enfrenta dificuldades em reproduzir devido às barreiras criadas pelas barragens. A falta de sistemas de transferência de pescado nas barragens impossibilita a migração dos peixes para o estuário, resultando no acúmulo de jovens exemplares próximos às estruturas.
O Ministério da Pesca e Aquicultura estabeleceu regras para embarcações autorizadas a pescar, visando conservar as espécies de peixes, como a dourada e a piramutaba. A pesca com redes de espera de superfície por embarcações industriais é proibida no litoral brasileiro, e a emissão de novas autorizações de pesca com redes de espera artesanal ou industrial está suspensa no Norte e Nordeste desde 2007.
As embarcações de pesca industrial da dourada são monitoradas por meio do Programa Nacional de Rastreamento de Embarcações Pesqueiras por Satélites (PREPS). Além disso, o Ministério da Pesca e Aquicultura fechou um acordo com a Universidade Federal do Pará para investir cerca de R$ 1 milhão na análise dos estoques dessas espécies, visando obter informações essenciais para a conservação dos recursos pesqueiros.
Este post aborda a importância de fornecer suporte para a administração, a regulamentação da pesca e a sustentação da economia relacionada a essa atividade.
Destaque para os vídeos do programa Terra da Gente.