Papa Francisco faz história ao permitir bênção para casais homoafetivos
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Papa Francisco faz história ao permitir bênção para casais homoafetivos
A nova declaração do Vaticano marca um avanço importante no ministério da igreja em relação às pessoas LGBTQIA+, reconhecendo o desejo de muitos casais católicos do mesmo sexo de encontrar a presença de Deus em seus relacionamentos. O documento, intitulado “Suplicantes de Confiança”, foi assinado pelo ex-prefeito da Congregação para Doutrina da Fé, cardeal Víctor Manuel Fernández.
O texto explica a diferença entre as bênçãos rituais e litúrgicas e as bênçãos espontâneas, que são mais semelhantes a gestos de devoção popular. Agora, a igreja acolhe também aqueles que não vivem de acordo com as normas da doutrina moral cristã, mas desejam ser abençoados. A Congregação para a Doutrina da Fé já havia admitido essa possibilidade em outubro, e agora a Santa Sé registra oficialmente as regras para abençoar casais do mesmo sexo e casais em situação irregular.
No entanto, é importante ressaltar que não serão permitidos ritos litúrgicos ou bênçãos que possam ser confundidos com o sacramento do matrimônio. A doutrina tradicional da igreja continuará sendo aplicada apenas aos casais heterossexuais.
O porta-voz da associação cristã LGBTQIA+ Caminhos da Esperança afirmou que o documento representa o primeiro passo para uma nova era. Andrea Rubera lembrou que esse processo teve início em 2013, quando o papa declarou que não lhe cabia julgar os gays após uma viagem ao Rio de Janeiro. Em uma viagem posterior, em fevereiro passado, o Papa Francisco afirmou: “Pessoas com tendências homossexuais são filhas de Deus. Deus as ama, Deus está com elas”.
As bênçãos espontâneas podem ser solicitadas em várias ocasiões e situações, como peregrinações, santuários e até mesmo ao encontrar um padre na rua. De acordo com as autoridades eclesiais responsáveis pela elaboração do documento, essas bênçãos devem ser concedidas a todos, sem exclusão.
