Pesquisadora da UFABC é reprovada em edital do CNPq sob a justificativa de gravidez
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Pesquisadora da UFABC é reprovada em edital do CNPq sob a justificativa de gravidez
O resultado preliminar de um edital de bolsa de produtividade do CNPq gerou polêmica ao apontar que a falta de pós-doutorado no exterior por parte de uma pesquisadora poderia ser resultado de suas gestações.
Em uma publicação em uma rede social, a pesquisadora expressou sua indignação com a situação e mencionou a vontade de chorar diante da injustiça. O CNPq admitiu o erro e afirmou que o pós-doutorado no exterior não era um requisito para concorrer ao edital.
A nota divulgada pela agência também destacou que usar a gravidez como justificativa para a reprovação é um expressão preconceituosa e não condizente com os princípios da agência. A agência informou ainda que o parecer ad hoc que mencionava as gestações pode não ser corroborado pelo comitê assessor responsável pelo julgamento final do edital.
O caso será levado à Diretoria Executiva do CNPq para a tomada das devidas providências. A agência reforçou seus valores de inclusão e enfatizou que não tolera preconceitos de nenhum tipo.
É importante ressaltar que a pesquisadora, assim como qualquer outro proponente, tem o direito de entrar com recurso após o julgamento do edital para que outra banca avalie o pedido de bolsa. No entanto, não foi informado se a pesquisadora obteve a bolsa ou não.
Ao manifestar sua indignação, a pesquisadora destacou que o principal incômodo não foi a reprovação em si, mas sim o fato de existir um incentivo para mães na área de pesquisa em que atua, a sociologia. Ela considerou que o CNPq a incentivou a submeter um projeto com base em sua licença maternidade e depois a submeteu a uma “violência de gênero”.
A pesquisadora também criticou o parecer ad hoc, afirmando que a falta de pós-doutorado e projetos financiados não poderiam ser atribuídos às suas gestações, especialmente considerando que o edital incentivava a declaração dessas informações.