Por que não é aconselhável entrar na água após ser picado por uma abelha
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Por que não é aconselhável entrar na água após ser picado por uma abelha
Recentemente, um caso de um ataque de abelhas levantou a questão sobre a melhor maneira de lidar com esse tipo de situação. Nesse incidente, a vítima tentou correr em direção a um córrego próximo para se livrar das abelhas, mas especialistas alertam que essa pode não ser a solução mais segura.
De acordo com a bióloga Jaqueline Aparecida da Silva, pular na água por desespero pode levar a pessoa ao afogamento, já que as abelhas continuarão voando por um período de tempo próximo à água. Além disso, se a pessoa já tiver sido picada, a reação inflamatória pode obstruir as vias respiratórias, causando asfixia.
O mais recomendado nesses casos é procurar o hospital mais próximo. Mas se a pessoa estiver em uma área remota, é necessário remover os ferrões raspando-os usando lâmina, faca ou um objeto plano. Não se deve utilizar pinças, pois isso pode resultar na inoculação do veneno.
A remoção rápida do ferrão interrompe o fluxo de toxinas no corpo. Após picar, a abelha deixa o ferrão e morre, portanto, é crucial agir com rapidez.
Em relação ao comportamento adequado durante um ataque de abelhas, o biólogo Thiago Araújo de Jesus recomenda manter a calma e sair andando devagar, cobrindo o corpo com qualquer objeto disponível, como um lençol ou um casaco. Espantar as abelhas com galhos ou correr em zigue-zague não são opções eficazes.
Segundo Thiago, os enxames de abelhas não percorrem grandes distâncias e eventualmente se dispersam. Portanto, é importante evitar correr e acelerar o organismo, o que pode facilitar a propagação do veneno. Além disso, correr em zigue-zague pode aumentar o risco de acidentes.
As abelhas podem ser encontradas em diferentes locais, como ocos de árvores, cupinzeiros desocupados, buracos de barrancos e beirais de telhados. Para prevenir picadas, é recomendado evitar o uso de cores brilhantes e chamativas, perfume e spray de cabelo, pois esses odores podem provocar uma reação agressiva nas abelhas. Além disso, é importante evitar gritar e fazer barulho alto, pois também pode atrair as abelhas.
Investigar a natureza requer cuidados especiais para evitar acidentes. De acordo com especialistas, o uso de roupas de proteção ao entrar em florestas ou permanecer em barcos é essencial para evitar encontros perigosos com abelhas. As beiras de rios e lagos são lugares propícios para a aparição desses insetos, principalmente durante o período de enxameação, que ocorre de março a junho. Durante esse período, abelhas rainhas saem de suas colônias para iniciar novas colônias, e algumas abelhas as acompanham temporariamente, o que pode levar a acidentes.
Em geral, as picadas de abelhas não são fatais, a menos que a pessoa seja alérgica ao veneno ou receba múltiplas picadas e entre em choque anafilático, mesmo não sendo alérgica. No entanto, é crucial evitar mergulhar na água caso seja picado, pois as abelhas continuam a voar em volta da pessoa devido à liberação do feromônio. Esse feromônio atrai mais abelhas, levando a possíveis ataques. As abelhas-europeias (Apis mellifera) são responsáveis pela maioria dos acidentes, pois possuem um ferrão serrilhado que fica preso na pele, juntamente com uma bolsa de veneno e um pedaço do intestino da abelha, o que resulta em sua morte.
No Brasil, existem aproximadamente 1.800 espécies de abelhas, sendo que cerca de 1.400 delas possuem ferrão. Algumas espécies possuem ferrão serrilhado, como a Apis mellifera, enquanto outras possuem ferrão liso, como a Xylocopa sp. e a Bombus sp. As abelhas com ferrão serrilhado morrem após picar, enquanto as de ferrão liso podem picar várias vezes sem afetar sua saúde. É importante ressaltar que nem todas as abelhas com ferrão representam perigo, pois algumas vivem em áreas remotas e afastadas do centro urbano.
A Apis mellifera é a espécie de abelha mais criada no Brasil e no mundo, devido à sua alta produtividade de mel. No entanto, ela é considerada exótica, resultante do cruzamento entre a abelha-europeia e a abelha-africana (Apis mellifera scutellata), ambas introduzidas na América. As abelhas resultantes desse cruzamento são conhecidas como abelhas-africanizadas.
As abelhas híbridas encontradas no Brasil têm características similares às abelhas africanas, sendo particularmente agressivas. Além disso, elas possuem uma notável capacidade de adaptação ao clima brasileiro, resistindo a pragas e doenças. Diferentemente das abelhas europeias, que recolhem-se em temperaturas baixas, essas abelhas continuam a trabalhar de forma produtiva mesmo durante o inverno. Essas características são impressionantes e destacam a importância dessas abelhas em nosso ecossistema.
Thiago, um especialista, destaca essas características e conclui que as abelhas híbridas no Brasil são capazes de manter sua produtividade durante o inverno, o que não ocorre com as abelhas europeias.
Confira os vídeos abaixo para ver mais destaques da natureza capturados pelo Terra da Gente.