Principais poluidores das águas brasileiras: fragmentos de plástico, cigarros e isopor

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Principais poluidores das águas brasileiras: fragmentos de plástico, cigarros e isopor
Um estudo realizado por pesquisadores ligados ao Pacto Global das Nações Unidas revelou que a maior parte do lixo encontrado nos oceanos tem origem no descarte inadequado em terra firme. Cerca de 80% da sujeira marinha é proveniente do descarte errôneo. O projeto Blue Keepers, coordenado por Gabriela Otero, tem como objetivo rastrear esse material e entender sua procedência.
Até o momento, o inventário do projeto já identificou 188 tipos diferentes de resíduos presentes nas águas brasileiras. Os materiais mais comuns são pequenos pedaços de plástico, seguidos por cigarros, filtros e bitucas. O isopor granulado e as tampas de garrafas também aparecem com frequência. Surpreendentemente, um item pouco convencional é encontrado em grande quantidade: pinos plásticos utilizados originalmente em laboratórios, mas que são usados para armazenar drogas como cocaína.
De acordo com Gabriela, muitos desses resíduos são provenientes de esgotos e drenagens inadequadas, além do descarte irresponsável por parte dos usuários. Itens como hastes flexíveis de algodão, sacolas de plástico e canudos também são encontrados nas coletas realizadas em rios, praias, manguezais e lagoas de diversas regiões do Brasil.
A destinação adequada de resíduos ainda é um desafio significativo. Encontrar pontos de recolhimento voluntário ou ter o lixo coletado na porta de casa continua sendo dificultado pela falta de infraestrutura. Essa realidade não se limita ao Rio de Janeiro, mas é uma questão presente em todo o país. A pesquisa abrangeu seis cidades brasileiras: Manaus, Recife, Fortaleza, Salvador, Santos e Rio de Janeiro.
O relatório completo do estudo será apresentado no início de 2024, quando os países da ONU planejam assinar um tratado internacional para combater a poluição por plásticos. A conscientização e mudança de atitudes de cada indivíduo são fundamentais para gerar menos lixo e evitar que ele chegue aos ambientes marinhos, causando impactos significativos. A solução para esse problema existe, mas requer cooperação e comprometimento de todos.