Protestos desafiam medidas do governo da Argentina contra manifestações, convocados para quarta-feira.
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Protestos desafiam medidas do governo da Argentina contra manifestações, convocados para quarta-feira.
A Argentina está enfrentando protestos de grupos de esquerda contra as medidas de contenção de gastos implementadas pelo governo. O ato principal está previsto para acontecer por volta das 16h, quando os manifestantes pretendem realizar uma caminhada do prédio do Congresso até a Praça de Maio. Diversos grupos, tanto alinhados ao kirchnerismo como independentes, estão organizando a manifestação. Essas organizações têm capacidade de mobilização de pessoas por atuarem como intermediadoras na distribuição de benefícios do governo. O presidente Milei pretende fazer uma auditoria nas organizações para restringir seu poder de mobilização. O governo abriu uma linha telefônica para denúncias de beneficiários de programas sociais que estejam sendo coagidos a participar do protesto. Até o momento, foram recebidas mais de quatro mil denúncias. O governo também está tomando medidas para conter os protestos, como a liberação das vias públicas e a revogação dos benefícios sociais para quem interromper o trânsito durante as manifestações. Pesquisas indicam que a maioria dos argentinos é favorável à proibição dos piquetes. Os movimentos organizadores da manifestação afirmam que os atos estão mantidos, mesmo diante dessas medidas do governo.
Líderes do grupo Polo Trabalhador anunciaram que haverá uma grande manifestação em Buenos Aires e em todo o país, com a expectativa de milhares de trabalhadores nas ruas. Eles afirmam que as medidas do governo são uma ameaça aos trabalhadores desocupados e pedem a proteção física dos manifestantes através de um pedido de habeas corpus coletivo assinado pelo Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel.
A ministra Patricia Bullrich está coordenando com a prefeitura de Buenos Aires um plano para a manifestação. No entanto, há discordâncias em relação a algumas propostas, como o uso de tecnologias de reconhecimento facial para identificar os manifestantes. As forças do governo federal estarão mobilizadas nas principais vias e prédios públicos, visando a dissuasão. Além de Buenos Aires, estão previstos atos em municípios da região metropolitana.
A região metropolitana é governada por Axel Kicillof, que já afirmou que não seguirá o protocolo de Patricia Bullrich, alegando que ele criminaliza as manifestações. O governo local afirma que não recebeu nenhum pedido para aplicar o protocolo e, mesmo se tivesse recebido, não iria atender.