Notícias | Redução de 10% nas mortes na Terra Yanomami em um ano, porém garimpo ainda é exigido pelos indígenas, juntamente com melhorias na área da saúde.

| Redução de 10% nas mortes na Terra Yanomami em um ano, porém garimpo ainda é exigido pelos indígenas, juntamente com melhorias na área da saúde. |

Redução de 10% nas mortes na Terra Yanomami em um ano, porém garimpo ainda é exigido pelos indígenas, juntamente com melhorias na área da saúde.


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Redução de 10% nas mortes na Terra Yanomami em um ano, porém garimpo ainda é exigido pelos indígenas, juntamente com melhorias na área da saúde.

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde revelaram que as iniciativas para combater a falta de assistência aos indígenas Yanomami resultaram em uma redução de apenas 10% nos casos fatais em comparação com o ano anterior, quando 343 indígenas perderam suas vidas. Essa diminuição, no entanto, não é suficiente e os Yanomami continuam exigindo o fim da atividade de mineração ilegal na região, bem como melhorias efetivas na saúde dessa comunidade.

A situação é retratada por imagens capturadas no final de dezembro do ano passado e no início deste mês, quando a crise completou um ano. Essas imagens mostram crianças e adultos sofrendo de desnutrição, uma das doenças mais prevalentes entre os indígenas da região Yanomami. As crianças aparecem com peso abaixo do normal, ossos visíveis sob a pele, pouca massa muscular e mal conseguem se manter em pé, sendo internadas na unidade de saúde de Surucucu, referência de atendimento médico no território.

A invasão de garimpeiros, além de causar a destruição do meio ambiente, também contribui para o aumento de doenças dentro do território Yanomami. Isso, somado à escassez de recursos naturais essenciais para a sobrevivência dos indígenas na floresta, resulta na morte principalmente das crianças, que são os mais vulneráveis.

O líder Dário Kopenawa expressou sua indignação ao afirmar que “malária tem cura, pneumonia tem cura, e mesmo assim os Yanomami continuam morrendo. Isso a gente não entende”. No ano passado, dos 308 Yanomami que perderam suas vidas, 104 eram crianças com menos de um ano, o que representa 33,7% das vítimas. Além disso, 58 vítimas tinham entre 1 e 4 anos de idade, e outros 13 tinham entre 5 e 9 anos.

As principais doenças que afetam os indígenas Yanomami são a malária, a desnutrição grave e a desnutrição infantil. Em 2022, mais de 11,5 mil casos de malária foram confirmados no Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei-Y) na região.

No mesmo ano, segundo o governo federal, 99 crianças Yanomami perderam suas vidas, a maioria devido à desnutrição, pneumonia e diarreia, que são doenças evitáveis. A desnutrição grave afeta todos os órgãos do corpo, principalmente em crianças, podendo resultar em morte na ausência de tratamento adequado.

De acordo com o último boletim mensal de assistência à saúde divulgado pelo Ministério da Saúde, as principais causas de morte em 2023 foram doenças respiratórias, com 66 óbitos, seguidas das causas externas, como acidentes e violências, com 65 óbitos. Em terceiro lugar estão as doenças infecciosas e parasitárias, como a malária, com 63 mortes. Também foram registrados óbitos relacionados a doenças endócrinas e nutricionais, como a desnutrição, e doenças metabólicas, totalizando 35 mortes.

Os sintomas, sinais e consequências dessas doenças acometem cada vez mais os indígenas Yanomami, destacando a urgência de medidas efetivas para combater essa crise de saúde que assola essa comunidade.

Um aumento nos casos de doenças e mortes entre os indígenas Yanomami foi registrado em 2023. Foram constatados achados anormais em exames clínicos e de laboratório, resultando em 25 óbitos. Além disso, outras doenças não especificadas causaram a morte de 54 indígenas.

Para combater essa crise sanitária, o governo federal aumentou o número de profissionais de saúde na região durante o período de emergência. Em comparação com o ano anterior, houve quase três vezes mais profissionais atuando na Terra Indígena Yanomami (TIY) e na Casa de Apoio à Saúde Indígena Yanomami (Casai) em Roraima, totalizando cerca de 1.850 profissionais, principalmente enfermeiros.

Além disso, sete Polos-Base e Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSI) foram reabertos, totalizando 68 estabelecimentos de saúde disponíveis na TIY. Os atendimentos a Yanomami também ocorrem em hospitais e outras unidades administradas pelo governo estadual e pela prefeitura de Boa Vista.

O número de atendimentos a indígenas Yanomami cresceu significativamente em 2023, com 729 consultas médicas registradas, um aumento de 87% em relação ao ano anterior. O Hospital Geral de Roraima, por exemplo, atendeu 390 Yanomami em 2022, e esse número subiu para 729 em 2023.

Em relação às internações, houve um aumento considerável, com 197 Yanomami internados no ano passado, em comparação com os 97 registrados em 2022. Por outro lado, o número de atendimentos às mulheres indígenas Yanomami na Maternidade Nossa Senhora de Nazareth diminuiu em 87,5%.

Apesar dessas medidas, as lideranças indígenas ainda estão preocupadas com a situação, pois relatam a volta de garimpeiros e a persistência da insegurança no dia a dia dos Yanomami.

O Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kwana (Condisi-YY) afirmou que os problemas de saúde estão retornando na Terra Indígena Yanomami. Segundo a liderança indígena, muitas comunidades não possuem unidades básicas de saúde indígenas para atender às demandas de casos de malária e desnutrição.

Apesar das ações do governo federal para retirar os garimpeiros ilegais do território indígena, ainda há denúncias de invasões, estupros e mortes. Dário Kopenawa, chefe do Condisi-YY, acredita que a recuperação da vida do povo Yanomami levará muito tempo.

A Terra Indígena Yanomami abrange cerca de 10 milhões de hectares nos estados do Amazonas e Roraima, sendo o maior território indígena do Brasil. Com 371 comunidades de difícil acesso, o território enfrenta uma emergência na saúde desde janeiro de 2023, quando o governo federal anunciou medidas para proteger os indígenas e combater a presença de garimpeiros ilegais.

As Forças Armadas, órgãos federais e agências têm realizado ações de patrulhamento, revista de pessoas e veículos, além de prisões em flagrante delito. Para o ano de 2024, está previsto um investimento de R$ 1,2 bilhão em ações de saúde e assistência social para os indígenas Yanomami.

No entanto, está sendo planejada uma reestruturação nas ações das Forças Armadas e Polícia Federal para que haja uma presença permanente na região. Nesse contexto, as Forças Armadas não fornecerão mais serviços de logística, como transporte de mantimentos para a região.






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