Suplicy afirma que não tem interesse em ser candidato, porém apoia a realização de prévias no PT
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Suplicy afirma que não tem interesse em ser candidato, porém apoia a realização de prévias no PT
O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT) defende a realização de prévias no partido para a escolha do nome que ficará com a vice de Guilherme Boulos (PSOL), mas diz que “não faz questão” de ser candidato.
O nome dele havia sido colocado como opção para a disputa e chegou a ser apoiado por alguns integrantes do PT.
“Refleti muito nos últimos dias. Não quero criar qualquer problema na família. Então não faço questão de ser candidato, não”, disse o parlamentar à GloboNews. “Não vou ficar insistindo.”
O parlamentar é ex-marido de Marta Suplicy, nome apoiado pelo presidente Lula para ficar com a vice na chapa de Boulos nas eleições deste ano.
A ex-prefeita da capital paulista aceitou convite de Lula para se candidatar e foi exonerada nesta semana do cargo de secretária de Relações Internacionais da gestão Ricardo Nunes (MDB), que deve ser o principal oponente do psolista no pleito.
Neste sábado (13), Marta participará de um almoço com Guilherme Boulos. Também devem participar o marido de Marta, Marcio Toledo, a advogada Natalia Szermeta, esposa de Boulos, o deputado federal Rui Falcão e a esposa. Lula estará em São Paulo, mas não deve ir.
Questionado se apoiará o nome de Marta, Suplicy diz que “vai respeitar a decisão que o partido tomar democraticamente”. E cita outros nomes como possibilidades para vice: o da deputada federal Juliana Cardoso e da vereadora Luna Zarattini. Diz também que não falou com Marta após a repercussão da proposta de prévias.
O deputado estadual pretende se reunir com Boulos para discutir o assunto até amanhã (13). No domingo, Boulos viaja para fora do país.
Uma reunião da executiva municipal do PT, marcada para a próxima terça (16), deve discutir o assunto e definir o procedimento para a escolha do candidato do partido.
Uma resolução do PT aprovada em setembro pela executiva nacional do partido permite que o candidato de cada município seja definido por dois terços dos integrantes de diretórios municipais, dispensando prévias. A decisão, na prática, dá força aos diretórios e enfraquece as prévias.
Integrantes do PT ouvidos pela reportagem dizem que a proposta de prévias enfrenta resistência dentro do partido, especialmente pelo fato de o nome de Marta ser apoiado por Lula e das articulações envolvidas.
O PT já realizou prévias em eleições anteriores na capital paulista. Em 1996, por exemplo, a disputa foi entre Luiza Erundina e Aloizio Mercadante e Tereza Lajolo – Erundina venceu. O próprio Suplicy já participou de uma prévia, mas para candidato à presidência da República – em 2002, contra Lula.