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Terapia com IA: como os jovens estão recorrendo a bots de inteligência artificial no divã


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Terapia com IA: como os jovens estão recorrendo a bots de inteligência artificial no divã

Há uma plataforma onde é possível conversar com chatbots baseados em personagens reais ou fictícios. Esses chatbots são conhecidos como personas de inteligência artificial (IA) e são especialmente populares entre os jovens. A tecnologia de IA utilizada é semelhante ao ChatGPT, mas é mais eficiente em reter a atenção dos usuários.

Um dos chatbots mais procurados na plataforma é o Psychologist (psicólogo, em inglês). Desde sua criação por um usuário chamado Blazeman98, há mais de um ano, esse bot já recebeu um total de 78 milhões de mensagens, sendo 18 milhões apenas desde novembro. Embora a empresa não divulgue o número de usuários individuais que o utilizam, o site recebe cerca de 3,5 milhões de visitas diárias.

O bot Psychologist apresenta-se como alguém capaz de ajudar nas dificuldades da vida. Embora a empresa argumente que os usuários estão mais interessados em utilizar os chatbots para entretenimento, como personagens de anime ou jogos de computador, é inegável que o Psychologist é um dos bots de saúde mental mais populares na plataforma.

Dentre os milhões de personagens disponíveis, poucos são tão populares como o Psicólogo. Existem um total de 475 bots com “terapia”, “terapeuta”, “psiquiatra” ou “psicólogo” em seus nomes, sendo capazes de conversar em vários idiomas. Além disso, alguns bots são criados como terapeutas de entretenimento ou fantasia, enquanto outros são mais voltados para a saúde mental, como o Therapist e o Você está se sentindo bem?, que já receberam milhões de mensagens cada.

O Psychologist foi treinado por um usuário chamado Sam Zaia, que tinha a intenção de usá-lo para lidar com questões de saúde mental. Sam, que é estudante de psicologia, treinou o bot conversando com ele e moldando as respostas para problemas comuns, como depressão e ansiedade. Embora ele não acredite que um bot possa substituir um terapeuta humano, ele reconhece a possibilidade no futuro.

Sam Zaia, o criador do Psychologist, ficou surpreso com o sucesso do bot e está trabalhando em um projeto de pesquisa sobre a tendência emergente da terapia de IA e por que ela atrai tanto os jovens. A plataforma Character.ai, onde o Psychologist está hospedado, é dominada por usuários de 18 a 30 anos. Muitos desses usuários acessam o bot quando estão passando por momentos difíceis e não podem conversar com amigos ou terapeutas reais, especialmente durante a madrugada. Acredita-se que os jovens se sintam mais confortáveis em se expressar por meio de texto.

Uma nova forma de terapia está ganhando popularidade entre os mais jovens: conversas com chatbots de inteligência artificial. Essa abordagem é vista como menos assustadora do que enfrentar uma conversa telefônica ou pessoalmente. No entanto, as opiniões sobre a eficácia desses chatbots são divergentes.

Psicoterapeutas questionam a capacidade dos chatbots de oferecerem aconselhamento legítimo, já que eles rapidamente fazem suposições e dão conselhos semelhantes ao tratar diferentes temas de conversa. Apesar disso, esses bots podem ser úteis para fornecer suporte imediato e espontâneo em momentos de necessidade.

Algumas preocupações surgem com o fato de que o número de pessoas recorrendo a esses chatbots pode indicar altos níveis de problemas de saúde mental e falta de recursos públicos para ajudar. As empresas por trás desses chatbots enfatizam que os usuários devem consultar profissionais certificados para obterem aconselhamento e orientação adequados.

Os registros das conversas são privados, mas podem ser acessados pela equipe dessas empresas em casos de segurança. Os chatbots são baseados em modelos de linguagem extensos que prevêem respostas baseadas em palavras encadeadas encontradas em textos usados para treinamento.

Além do chatbot mencionado, existem outras opções de inteligência artificial que oferecem companhia e apoio mental, como o Replika. No entanto, essas alternativas não são tão populares quando comparadas ao chatbot mencionado. Outros chatbots, como o Earkick e o Woebot, ganham espaço no campo da saúde mental, afirmam que estão ajudando pessoas.

Alguns psicólogos alertam para o fato de que esses chatbots podem oferecer conselhos inadequados ou refletir preconceitos raciais e de gênero. Entretanto, em alguns países, os chatbots estão sendo considerados como ferramentas para ajudar a lidar com a alta demanda nos serviços de saúde pública.

No Reino Unido, um chatbot de saúde mental chamado Limbic Access recebeu certificação de dispositivo médico do governo e agora é utilizado para triagem de pacientes em muitos postos de saúde pública.

O artigo discute também o vício em notificações de celular e como isso afeta o cérebro.






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